segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pelos campos úmidos

Enquanto caminhávamos pelo leito lamacento e arborizado do Rio Vacacaí notamos que as copas densas e verdejantes dos ingás recebiam a visita de gralhas-picaças. Nos arredores dois martins-pescadores-verdes permaneceram alguns minutos quase imóveis nos galhos desfolhados dos salsos.
Demoramos na beira de um açude enorme, perto da Vila Bloch. Algumas dúvidas para identificar um mamífero nadando, era uma lontra. Ademais, aguardávamos a pequenina andorinha terminar a exibição para notar que sua cabeça não possuia nenhuma listra branca.
A manhã nublada prolongou o tempo que levamos para que o mergulhão-grande fosse identificado. Estávamos às margens do açude no km 331, da BR 392, observando que durante o voo a viuvinha-de-óculos contrasta seu corpo preto com uma faixa branca nas asas.
A previsão de chuva efetivou-se à tarde. Andamos por campo úmido e pardacento coberto pelo capim-annoni, ali encontramos trevos amarelos floridos. Visitamos a mata nativa onde o Luis registrou a ocorrência do Jaó-do-litoral. Ele comentou que antigos moradores relataram que a espécie está presente no local há anos.
Mais do que as alturas das árvores foi o tronco marrom avermelhado do araçá que nos impressionou quando entramos no mato. Os frutos do jerivá estão verdes. Passamos por alguns açoita-cavalos de diâmetros avantajados. Encontramos pegadas de pequenos felinos. Cruzamos várias vezes um riacho, cujo curso d'água serpenteia pelo interior da floresta.
O Clube de Observadores de Aves fez várias tentativas para efetivar esta saída de campo. Um grupo de oito pessoas viajou em três veículos a partir de Santa Maria em direção ao Sul do Estado. Rodaram cerca de 50km por terreno plano com vastas áreas cobertas pela palha do resto do cultivo de arroz.

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