terça-feira, 22 de março de 2011

Observando aves em Val Feltrina




Noite estrelada de lua cheia, manhã agradável e tarde ensolarada. Quando viajamos para Val Feltrina no domingo que antecedeu ao primeiro dia do outono, ainda não sabíamos que numa parada à beira da estrada asfaltada perto de um arrozal, ficaríamos vários minutos observando um solitário polícia-inglesa, um coleiro-do-brejo pousado em fio elétrico, dois maçaricos-solitários forrageando na lama ao lado de uma narceja, dois gaviões-de-rabo-curto planando, e cinco ou mais frangos-d’água-azuis, ora pousados na lavoura, ora voando.

Ficamos satisfeitos com o risoto, o pão, as saladas de alface e de repolho, as carnes de porco e de gado assadas, servidos pela comunidade de Santa Corona e São Vitor. A visita e o almoço tinham sido previamente combinados pelo Clube de Observadores de Aves. Depois do almoço, sob os plátanos, fomos surpreendidos pelo  relato do Luís sobre o registro de ocorrência do Jaó-do-litoral, na região de São Sepé.

Os que conheceram a cascata do Mezzomo pela primeira vez tiveram que andar pelo leito rochoso no meio da mata com tanheiros de troncos avantajados. Viram figueiras e timbaúvas frutificadas, louros floridos, canjeranas e cedros bem altos. Encontraram uma piscina natural quase cheia com um grupo de jovens tomando banho na água gelada. Antes, caminhando pelo campo cruzamos por nogueiras com frutos verdes. Ficamos livres para apanhar goiabas deliciosamente maduras. Notamos a encosta íngreme de um morro coberto por densa vegetação arbórea. 
Algumas nuvens alaranjadas no horizonte oeste indicavam a presença do por do sol logo acima de uma linha imaginária no topo dos morros. Após caminhar morro acima por uma trilha coberta por vassoural florido, subir rochas no monumento da pedra do guerino, percebemos que a luz natural ainda era suficiente para visualizar um amplo vale. Na localidade de Arroio Grande surgia o tom amarelo esverdeado das lavouras a serem colhidas. Mais ao fundo as áreas urbanas de Camobi, e parte da cidade de Santa Maria próxima ao Cerrito.
O som das batidas repetidas na madeira, o movimento circular ao redor do galho de uma árvore nativa, alguns minutos para observar que sua cabeça quando vista de perfil tinha uma listra na região malar e toda coroa avermelhadas, uma listra auricular verde oliváveo e três listras amarelo dourado, possuir o peito e ventre barrados, foi suficiente para registrarmos a presença do pica-pau-dourado.
Acordei antes das sete. Trinta minutos depois embarquei no ônibus da linha Universidade, na Av. Rio Branco. Cheguei em Camobi por volta das 07h45min. Um grupo com quinze pessoas viajaram em sete carros . Fui de carona com o Everton e a Mariane. Voltei com o Vinicíus, Michele e o Franchesco.

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