domingo, 30 de outubro de 2011

Purpúreo Cerro do Loreto

Movimentamo-nos de uma extremidade à outra no topo do Cerro do Loreto para visualizar as matas ciliares à beira dos rios, estradas de chão batido cortando às várzeas, uns açudes e raras habitações, lavouras de arroz sendo preparadas, e poucos veículos cruzando pela ERS 241. Ademais, os fortes roncos de bugios cessaram, e os urubus-de-cabeça-vermelha diminuíram suas exibições quando uma chuva leve começou.
As flores das corticeiras-do-banhado deixam suas copas mais róseas-avermelhadas, os troncos retorcidos tornam os inhanduvás mais cinzentos. Mas, foi o vermelho-purpúreo e o delicioso sabor dos frutos das pitangueiras que motivaram muitas coletas . Como as árvores se encontravam em abundância à beira da mata nativa fazíamos paradas constantes.
No campo aberto verificamos a fisionomia do local para seguir uma direção até o topo íngreme e rochoso do Cerro. A caminhada ladeira acima durou uma hora e quinze minutos. Andamos por uma mata preservada, conseguíamos orientação melhor quando em locais abertos. Descobrimos que não éramos os únicos naquela empreitada. Percebemos vozes desconhecidas no mato, logo nos deparamos com uma pessoa perto de uma rede de fios para sinal de internet. Estava com outro companheiro trabalhando, comentou que os fios seriam conectados a uma antena no alto do Cerro. Por alguns momentos acompanhamos o sentido da rede.
Novamente em campo aberto surgiram mais dúvidas, muitas rochas, cactos e gravatás espinhentos. Acertamos o caminho quando decidimos subir em direção à esquerda do topo, tomando-se como referência o lado oeste do cerro.
De Santa Maria rumamos para a região oeste do estado. À partir do trevo da Av. Walter Jobim com a BR 287 rodamos por esta via 25km até o Rio Ibicuí, 60km para cruzar o Rio Toropi, e depois de rodarmos 100km não passamos o Rio Jaguari, divisa entre São Vicente do Sul e São Francisco de Assis, entramos numa estrada à direita. Conhecemos seu Hélio Flores dirigindo um trator, durante uma conversa ele permitiu o acesso ao pátio de sua casa, e a uma terra arada . Assim nossa chegada foi facilitada num campo perto do sopé do cerro.
Por sugestão do Valter visitamos o local pela primeira vez na manhã nublada do último sábado de outubro de 2011; viajamos 250km de carona no jeep toyota  do Helmut, por sua indicação fomos a São José do Louro; acompanhados pelo Ivan e pelo Marchiori conheçemos o Museu Fragmentos do Tempo, no interior de Mata.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Tesourinhas em campo florido


Caminhamos por um campo amarelado pelas marias-moles floridas para nos aproximar de três tesourinhas. Cruzando por muitas carquejas  encontramos uma perdiz. Os ferrugíneos gibões-de-couro faziam algumas exibições antes de pousar no alto das tunas. Identificamos pombões voando. Visualizamos duas siriemas perambulando por uma plantação de nogueiras.
Fomos em direção ao topo do Morro dos Lagartos. Paramos várias vezes para fotografar um pequeno réptil que é estudado naquela região. Encontramos alguns sobre as rochas desnudas. O tempo que eles permaneceram imóveis foi suficiente para que se fizessem os registros.
Consideramos que o alaranjado nas encostas eram as copas das corticeiras-da-serra cobertas de flores. Ademais, a panorâmica incluía o vale do Campestre do Divino com a Serra de São Martinho, e parte da região oeste de Santa Maria.
Estava um pouco nublado quando percebemos o voo em forma de “V” ou "U", que 61 maçaricos-pretos fizeram em direção ao norte. Ouvimos vocalização de um pitiguari. Fotografou-se um canário-do-campo pousado em fio de cerca. Aproximamo-nos de um balança-rabo-de-máscara numa mata ciliar. Encontramos duas marrecas-irerês num banhado.
As folhas novas da guajuvira a deixaram mais verdejante; enquanto a maioria descansava sob sua copa, alguém do grupo veio nos informar que encontrara dois joões-bobos na mata; encaminhamo-nos para registrar a ocorrência. A falta de luz solar, e a coloração acinzentada da ave, dificultaram a primeira observação que fiz da espécie; dois indivíduos permaneceram pousados por vários minutos nos ramos de uma árvore nativa.

O Clube de Observadores de Aves organizou o passeio; quinze pessoas viajaram em cinco veículos na manhã do terceiro sábado de outubro de 2011. A partir da esquina da Av. Medianeira com   Rua Floriano Peixoto, no centro de Santa Maria, percorremos 12km até a Capela de Santo Antão, na ERS 516; mais 3km para chegar na casa do Paulo, o pai do Antonio, e filho do Seu João, na localidade do Campestre do Divino.
João-bobo (Nystalus charuru ). Nystalus – do grego nustalus = sonolento, inativo, inerte (referência ao comportamento quieto e letárgico desta ave). Charuru – de charurú, nome onomatopaico indígena guarani (Paraguai) para esta ave. Fonte: Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem.