terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nos campos das Guaritas

Atravessando a ponte de concreto que delimita os municípios de Santa Maria e São Sepé notamos que algumas áreas planas próximas ao Rio Vacacaí foram alagadas pelas águas das últimas chuvas.
                                                                                                           Quando cruzamos o Arroio Santa Bárbara, um
pouco antes de Caçapava do Sul, observamos que o percurso da estrada tornara-se cheio de curvas; começávamos a contornar os morros da Serra do Sudeste.

No momento que visualizamos o Arroio Passo d'Areia estávamos a dez minutos da RS 625, a estrada de chão batido que acessa as Guaritas.

Como nossa visita tinha sido agendada, éramos aguardados pelo seu Decionil e pela dona Ireny. Durante o passeio que fizemos guiados por ele, visitamos a Pedra da Guarita, andamos por um mato nativo e nos surpreendemos com a    agilidade que os cabritinhos se deslocam pelo topo liso das rochas.

Durante as conversas soube-se que as imensas formações rochosas, às vezes isoladas entre si, cujo topo lembra a forma de um escudo, são denominadas Guaritas, Gerivá, Erundina, Abelha, Pedra do Boi, Que o Touro caiu e Pescoço; tendo-se como centro de referência o Galpão Crioulo da Associação dos Moradores.

Noite mais estrelada que fria. Janta e pernoite no galpão aquecido pelo fogo de uma lareira sempre acesa. Feito com paredes rústicas de costaneira, teto de palhas, piso de cimento, o galpão contrastava com a casa cinematográfica construída em madeira para o filme Uma Valsa para Bruno Stein.

Quem acordou, e levantou-se antes das seis e meia da manhã de domingo, acompanhado pelo silêncio e a pela ausência de habitações na região, pôde vislumbrar nas silhuetas das pedras os primeiros reflexos coloridos do sol.

Por sugestão do seu Decionil caminhamos durante duas horas por uma estradinha pouco movimentada e pedregosa no meio de um campo úmido com gado e ovelhas soltas. Com o céu claro notava-se a imensidão da paisagem entremeada por árvores baixas, que se desenvolvem pouco no ambiente rochoso. Quando chegamos no topo íngreme de uma imponente rocha nos admiramos com um cânion. Descemos morro abaixo até o vale, seguimos pelo leito de um riacho coberto por uma mata nativa. Conhecemos o local de um antigo quilombo.

Mais tarde andamos até a Chácara da Pedra. Fomos recepcionados por Silvano, dona Teresinha e Paulo Sérgio. Os moradores nos ofereceram laranjas, tomamos água, também foi servido café, bolo e pastéis. Enquanto descansávamos sentados na grama do pátio da casa encontramos pessegueiros floridos, e exuberantes pétalas brancas de uma ameixeira.

Os viajantes foram a Caroline, o Valter, a Eusa, o Ivan, o Helmut, a Neci, o Fernando W., o Sérgio, a Lara, a Marta, o Emocir, a Josmar, a Deca e o PF.

Um comentário:

  1. Amigo PF
    Meus parabéns pela feliz iniciativa de criar este blogue. Tuas narrativas de nossos passeios são preciosas.
    Espero que possamos realizar, junto aos demais amigos(as) participantes, tantos outros durante nossas existências, que estimo, sejam longas.
    Valter

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