Viajamos para Manoel Viana em três veículos; fui acordado pelo ruído do telefonema que recebi da Neci; tinha ido dormir às 02:00 h; e ainda era noite quando o Helmut passou na rua Conrado Hoffmann às 06:20 h da manhã. Por sugestão do Helmut saimos cedo para conhecer o Museu Fernando Ferrari, em São Pedro do Sul; o agendamento que ele fizera com a Tania Cabral nos permitiu realizar uma visita monitorada; ficamos sabendo um pouco mais da vida pública do político nascido naquela cidade. Fomos até o trevo para encontrar os demais do grupo. Às 10:25 h, depois de rodar pela BR 287 cerca de 107km, cronometrados a partir da Cohab Tancredo Neves, entramos numa estrada de chão batido; paramos em três locais diferentes para pedir informações aos moradores sobre qual direção seguir para a fazenda do Salvador Lamberty; rodamos 11km. Manhã com céu encoberto, sem sol; fomos recebidos por ele, sua filha e o namorado dela; estavam nos aguardando porque o Helmut havia agendado a visita. Faz 23 anos que o Salvador mantem um bosque com árvores de diversas partes do Brasil e do mundo. Deliciamo-nos com laranjas de parnaso, bergamota do japão, uma laranja com suco vermelho; encontramos uma ramada com maracujás verdes, passamos por um pé de azeitona-do-ceilão; vimos um jequitibá, um bacupari, um pé de pitanga branca. conhecemos jambo-rosa-do-ceilão. O Salvador descreveu os cuidados necessários para o desenvolvimento de cada espécie. Ficamos ali entretidos por uma hora. Surgiu sol quando terminamos o passeio por volta das 12:55 h. Voltamos para BR 287, e às 14:00 h estávamos em Manoel Viana. Entramos na cidade. Rumamos por uma estrada de chão batido. Andamos 11km por vastos campos, topos ondulados, corrégos nas partes baixas, com gado ou lavouras.
À tarde caminhamos em campo aberto até o mato na margem do Rio Ibicuí, na localidade de Pirajú. Visualizamos um banco de areia no meio do rio, semelhante a uma pequena ilha; ali repousam e nidificam aves migratórias como tralha-mar e a batuíra-de-coleira. Quatro pessoas hóspedes da pousada caminharam conosco; num certo momento fomos atormentados por grupos de centenas de pequeninos insetos que voavam sobre nossas cabeças; pareciam mosquinhas. apanhamos ramos de um arbusto para afugentá-los. Chegamos na margem direita do rio, diz- se direita ou esquerda por tomar-se como referência o sentido da nascente em direção a foz; percorremos uma trilha dentro do mato, subindo e descendo pelas dunas. Não esquecemos a aventura do Helmut nadando rio abaixo até a praia da ilha. O Valter, o Josmar, o Eduardo e o PF, também aliviaram o cansaço com um banho na água fria. À tardinha andamos de barco. Encontramos outras pessoas acampadas no mato à beira d'água perto de um galpão de madeira; eles eram conhecidos do Elesbão que vieram de Tucunduva; mostraram os pintados que tinham pescado. Noutro dia um deles comentou que suas redes armadas no rio perto de Manoel Viana foram furtadas.
Voltamos para jantar. Jogamos futebol no campo gramado da sede da pousada. A fazenda fora reformada há seis anos para receber hóspedes durante o verão em quartos de alvenaria com banheiro; no pátio ampla sombra das copas canafístulas altas, e das palmeiras plantadas em frente aos alojamentos da sede.
O dia seguinte amanheceu com intenso sol alaranjado, ou avermelhado, no horizonte; semelhante ao colorido do por do sol da tarde anterior. Fui passear. Observei dez emas ariscas caminhando quando percorria um trecho de estrada no meio de uma lavoura de linhaça; é a primeira vez que vimos um plantio de linhaça, e disseram que é a primeira vez que esta planta é cultivada ali. Depois de tomar café fomos de carro a Manoel Viana. Passamos na casa do Euclides. Ele nos ciceroneou na visita ao Cerro do Tigre. Atravessamos a ponte Gal. Osório construída em 1950 sob o Rio Ibicuí, na RS 377. Chegamos no Cerro depois de rodar 19km da cidade e 33km da pousada. Disseram ser Curupi a árvore que estava sem folhas, e possuia fissuras longitudinais no tronco semelhante aquelas da corticeira-do-banhado; a mesma árvore que vimos ontem ao longo da BR 287, e ninguém conhecia. Andamos pelo topo do Cerro; cruzamos a ponte de pedra. Sob sol quente uma paisagem com morros, e uma planície coberta por pequenas matas ciliares ao longo dos rios; alguns plantios de aveia; o gado nos campos. Durante a descida observei quatro gaviões, enquanto voavam notei que tinham listra branca na base das penas da cauda, penso ser o gavião-caramujeiro. Visitamos o Arroio São João, no limite de Manoel Viana e Alegrete; ali uma pequena usina hidrelétrica perto do Tigre, a antiga estação férrea de Manoel Viana.
Por volta das 16:30 h descemos até o Rio Ibicuí; passeamos de barco no mesmo local do primeiro dia. Como o barco tem capacidade para 5 ou 6 pessoas, algumas foram caminhar no banco de areia no meio do rio. Observamos alguns tralhas-mar numa futura temporada de nidificação; ali uma pequenina ave, que corria rapidinho e parava, corria e parava, semelhante a batuíra-de-coleira.
Já era noite quando saimos do rio. Alguns voltaram de jeep, outros de carro. A Eusa, o Ivan e o PF caminharam por um pequeno trecho na estrada de chão do meio da lavoura de linhaça, e correram por vinte minutos até chegar na pousada.
Domingo amanheceu com sol. Depois de tomar café o Valter, Neci, Helmut e a Eusa conheceram o Arroio Cunha, afluente do Rio Ibicuí. O Josmar, a Deca, a Silvana, e o Eduardo viajaram para Nova Esperança do Sul; visitaram o Edson, irmão da Deca que reside em Jaguari. O Ivan ficou descansando. A Caroline, a Cristina, a Ana e o PF andaram pelo pátio da pousada em cavalos magros, velhos e mansos.
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