segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Visitantes de inverno

São inesquecíveis o amarelo exuberante das flores dos ipês nas várzeas de Arroio Grande. Também lembraremos dos beija-flores visitando as pétalas roxas dos ipês nos campos.

O calor da manhã ensolarada de domingo fez com que optássemos por uma caminhada numa trilha dentro do mato; fomos ao Arroio da Tafona; seguimos o curso d'água por uma estradinha estreita até o sopé do morro, onde seu Darci reside numa casa de madeira de pinho. Dali andamos por uma trilha pedregosa. No caminho não encontramos bergamotas maduras, entretanto, observamos um enorme cedro frutificado e muitas cabreúvas. No campo aberto visualizamos ao sul o perfil vertical das habitações de Camobi, e alguns prédios de Santa Maria entre os morros do Cerrito e São José.

Entramos no mato nativo. Andamos morro acima por um caminho coberto com folhas secas. A descida começou quando chegamos na outra extremidade do morro em um descampado; contemplamos a estrada de Val de Buia com o seu restaurante azul.

Os Viajantes Caroline, Silvana, Eduardo, Ivan, Eusa, Sérgio, Marta, Neci, Helmut, Martha, Valter, Cristina, PF, pernoitaram na casa do Josmar e da Deca, numa noite estrelada com lua crescente no dia 29 de Agosto.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nos campos das Guaritas

Atravessando a ponte de concreto que delimita os municípios de Santa Maria e São Sepé notamos que algumas áreas planas próximas ao Rio Vacacaí foram alagadas pelas águas das últimas chuvas.
                                                                                                           Quando cruzamos o Arroio Santa Bárbara, um
pouco antes de Caçapava do Sul, observamos que o percurso da estrada tornara-se cheio de curvas; começávamos a contornar os morros da Serra do Sudeste.

No momento que visualizamos o Arroio Passo d'Areia estávamos a dez minutos da RS 625, a estrada de chão batido que acessa as Guaritas.

Como nossa visita tinha sido agendada, éramos aguardados pelo seu Decionil e pela dona Ireny. Durante o passeio que fizemos guiados por ele, visitamos a Pedra da Guarita, andamos por um mato nativo e nos surpreendemos com a    agilidade que os cabritinhos se deslocam pelo topo liso das rochas.

Durante as conversas soube-se que as imensas formações rochosas, às vezes isoladas entre si, cujo topo lembra a forma de um escudo, são denominadas Guaritas, Gerivá, Erundina, Abelha, Pedra do Boi, Que o Touro caiu e Pescoço; tendo-se como centro de referência o Galpão Crioulo da Associação dos Moradores.

Noite mais estrelada que fria. Janta e pernoite no galpão aquecido pelo fogo de uma lareira sempre acesa. Feito com paredes rústicas de costaneira, teto de palhas, piso de cimento, o galpão contrastava com a casa cinematográfica construída em madeira para o filme Uma Valsa para Bruno Stein.

Quem acordou, e levantou-se antes das seis e meia da manhã de domingo, acompanhado pelo silêncio e a pela ausência de habitações na região, pôde vislumbrar nas silhuetas das pedras os primeiros reflexos coloridos do sol.

Por sugestão do seu Decionil caminhamos durante duas horas por uma estradinha pouco movimentada e pedregosa no meio de um campo úmido com gado e ovelhas soltas. Com o céu claro notava-se a imensidão da paisagem entremeada por árvores baixas, que se desenvolvem pouco no ambiente rochoso. Quando chegamos no topo íngreme de uma imponente rocha nos admiramos com um cânion. Descemos morro abaixo até o vale, seguimos pelo leito de um riacho coberto por uma mata nativa. Conhecemos o local de um antigo quilombo.

Mais tarde andamos até a Chácara da Pedra. Fomos recepcionados por Silvano, dona Teresinha e Paulo Sérgio. Os moradores nos ofereceram laranjas, tomamos água, também foi servido café, bolo e pastéis. Enquanto descansávamos sentados na grama do pátio da casa encontramos pessegueiros floridos, e exuberantes pétalas brancas de uma ameixeira.

Os viajantes foram a Caroline, o Valter, a Eusa, o Ivan, o Helmut, a Neci, o Fernando W., o Sérgio, a Lara, a Marta, o Emocir, a Josmar, a Deca e o PF.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Noite fria em Caçapava

27 de Julho de 2007.

Numa sexta-feira ensolarada visitamos Caçapava do Sul. Era duas da tarde quando chegamos na porteira de entrada para a Pedra do Segredo,  assim é conhecida devido a lenda de um enterro de valores jesuítas durante as Guerras Guaraníticas. Fizemos lanche sentados na grama antes caminhar morro acima. Andamos pelas trilhas que contornam a Pedra do Segredo buscando uma subida ao topo; sem sucesso !!! retornamos, fomos caminhar pelo campo; passamos por um local conhecido como lajeado; chegando no topo rochoso nos deparamos com uma vegetação formada por um vassoural . Contemplamos a vastidão da paisagem; morros, campos e amplas áreas sem nenhuma habitação. Voltamos pelo mesmo caminho. Mais tarde visitamos o Galpão da Pedra, a pousada do guia Manoel Teixeira; vimos um pé de oliveira plantada há pouco tempo, com um metro de altura. Partimos para o Cerro Colorado. Quando entramos novamente na RS 357 em direção a Lavras observamos no horizonte um deslumbrante por do sol avermelhado, com nuvens rabos-de-galo. Era noite de lua cheia e estrelada. Percorremos 17km para descobrir uma placa desbotada indicando Cerro Colorado. Ali entramos à esquerda numa estrada de chão. Entrementes, encontramos cinco lebres em cinco momentos distintos cruzando a estrada iluminadas pelos faróis do microônibus. Fazia muito frio - o termômetro do micro indicava quatro graus - quando chegamos na sede do Cerro Colorado, por volta das 19h30min. A Fazenda foi um marco da Revolução que ocorreu no Rio Grande do Sul, em 1923. Jantamos comida cozida em fogão a lenha feita pela irmã da Alisandra. Na manhã fui caminhar cedo nos arredores do casarão amarelo. A grama estava branca de geada. Enquanto algumas corticeiras-do-banhado sem folhas perto do lago recebiam as primeiras luzes do sol, os patos nadavam, batiam as asas, voavam e brincavam na água.

Pão caseiro quente no delicioso no café da manhã. Conhecemos as dependências de uma antiga oficina. Na fachada do casarão  notamos o ano 1904 acima da porta principal. Às 10:30 h rumamos para BR 153 em direção as Guaritas, assim denominadas pelos indígenas que ficavam de guarda em cima das rochas.

Em frente ao Galpão Crioulo da Associação de Moradores das Guaritas fomos recebidos calorosamente pela Dona Ireny, e seu simpático irmão Decionil Pereira Franco. Enquanto nos ciceroneava, ficamos surpresos com sua agilidade caminhando pelas trilhas íngrimes pilchado de bombacha e botas. Andamos por um mato nativo e pelo campo. Sentamos num gramado, conversamos, enquanto descascávamos bergamotas. Dona Ireny nos aguardava já com um fogão aceso. Cozinhamos arroz integral, lentilha, moranga kabutia, e molho de berinjela com cebola; tostamos gergelim com sal; salada de alface e tomate. A Neci preparou uma galinha com arroz parbolizado para janta, e o Sérgio fez um tempero com ovos cozidos, alho e azeite de oliva para comermos com pão.

À tardinha um grupo foi passear com o seu Decionil na Pedra Furada. Dona Ireny nos mostrou o livro de
assinaturas com visitantes de várias nacionalidades: mexicanos, argentinos, uruguaios, chilenos, italianos, austríacos, alemães, dinamarqueses, poloneses e chineses. Caçapava do Sul é sede de um festival de dança que ocorre a cada dois anos. Conversamos ao redor de um fogo aceso na lareira, no meio do salão do galpão até às 22:10 h.

Não foram suficientes as dicas do seu Decionil para chegarmos sem dúvidas nas Minas do Camaquã. No Minas Hotel fomos recebidos pela Adriana às 23h00min. O prédio em alvenaria foi construído ainda quando a mina estava em funcionamento. Levantei 07h30min. Encontrei no corredor do hotel a Eusa e o Helmut; eles já tinham visto a fascinante paisagem formada pela geada. Caminhamos pelas ruas calçadas com paralelepípedos quase vazias. Fotografamos o prédio abandonado de madeira onde funcionou o Cine Rodeio. Um cachorro ovelheiro preto e manso nos acompanhava de vez em quando. Chamou-nos atenção as penas alaranjadas, quase vermelhas, do peito de um surucuá. Antes de tomar café observamos as casas construídas para os antigos funcionários da mina. Mais tarde visitamos a Pedra da Cruz; subimos por uma trilha muito rochosa; tivemos um certo cuidado para não escorregar. De cima do topo observamos de um lado a barragem , de outro a cidade e um grande plantio de pinus, composto por árvores mortas numa área de várzea. Descemos. Com um guia percorremos por uma hora e meia as dependências da antiga mina; comentou-se os 700 metros de extensão de um túnel escavado morro adentro; falou-se do elevador gigante que descia e subia com pessoal e material a uma profundidade de 500 metros, com galerias a cada 100 metros; muitas delas encontram-se alagadas. Havia períodos que trabalhavam ali cerca de 2000 pessoas. O cobre extraído era beneficiado em Caraíba, na Bahia. O guia nos mostrou a entrada de um túnel com uns 4km de extensão que desembocava no vilarejo de Camaquã. A céu aberto vimos um lago azul formado por uma caieira; nos arredores enormes máquinas antigas abandonadas há mais de 10 anos. 

Cronometragem.
Sexta-feira: rua Floriano Peixoto,10:10 h; + 17km reitoria campus, 11:30 h; + 10km RST287 / BR158, 11:45 h; + 37km Vila Block, 12:10 h; + 23km viaduto em São Sepé, 12:25 h; + 23km Trevo BR 290, 12:40 h;+ 16km Caçapava, 13:00 h; + 9km estrada de chão batido para Pedra do Segredo, 13:35 h; + 5km porteira de entrada para Pedra do Segredo, 13:50 h; retorno para RS 357, 17:30 h; + 5km RS 357, 18:10 h; + 10km localidade de passo feio; + 8km entramos estrada de chão batido em direção a Fazenda Cerro Colorado; + 9km primeira bifurcação; + 4km segunda bifurcação; + 5km chegamos na fazenda Cerro Colorado, 19:15 h.

Sábado: 10:30 h, partimos do Cerro Colorado; + 10km = BR 153, 11:05 h; + 10km entramos na RS 625, estrada de chão batido para Guaritas, 11:15 h; + 11km chegamos no galpão das guaritas, 11:30 h; Partimos às 22:10 h; +14 km conhecemos o minas hotel, 23:00 h.

Domingo: Às 11:05 h, sopé do morro da cruz. Às 10:45 h descemos para o paredão e rio. 11:15 h, partimos. Às 11:35h chegamos na barragem; + 2km = portaria das minas do camaquã, 13:00 h; + 5km chegamos dentro do pátio das minas; 14:30 h saimos; 14:40 h partimos para Caçapava do Sul; + 10 km = galpão das guaritas, 15:00 h; + 11km chegamos na BR 153, 15:15 h; + 28km cruzamento BR 153/ BR 392, 15:40 h; +13km acessamos o portal de entrada de Caçapava do Sul, 15:45 h; + 3km circulamos pelo centro da cidade,15:50 h; às 18:35 h retornamos; + 103km novamente Santa Maria, 20:15 h; percorremos ida e volta 410km. C
ustos : pelo microônibus da Lubro com 22 assentos acertamos R$ 700,00, que foi dividido por 15, resultando R$ 50,00 por pessoa; o pernoite no Cerro Colorado com janta e café da manhã por R$ 40,00; pernoite no minas hotel com café da manhã por R$ 25,00; o guia das guaritas cobrou R$ 35,00; o aluguel do galpão saiu por R$ 25,00; com a diária do motorista do micro no minas hotel gastamos R$ 25,00;  o guia na pedra do segredo pediu R$ 50,00; almoço totalizou R$ 100,00 para 15 pessoas; a janta do Helmut no galpão custou R$ 58,00.

Os viajantes: Eusa, Martha, Deca, Caroline, Cristina, Ivan, Lara, Marta, Neci, Helmut, Sérgio, Emocir, Valter, Josmar, Fernando Noal, PF.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Litoral Uruguaio

Areias da Plaja las Achiras
Numa madrugada de quinta-feira, em noite tão estrelada quanto fria viajamos de Santa Maria para o Litoral do Uruguai. Parte do percurso rodamos por uma estrada sinuosa contornando morros entre Caçapava do Sul e Canguçu, que contrastam bastante com aquelas vias retas nas planícies de Pelotas ao Chuí.
Estava ensolarado quando entramos na Avenida Brasil, fronteira com o Chuy Uruguaio. Antes do meio-dia chegamos no Forte San Miguel. Situado dentro de um belo parque, ele fora construído com influência portuguesa durante o período da Província Cisplatina.

Andando pelo local encontramos um hotel mantido pelo Estado, o Parador San Miguel. Imponente construção de pedras no alto de uma coxilha. Almoçamos uma excelente massa numa aconchegante sala com lareira.

À tarde visitamos as lojas do free shopping; ali adquirem-se produtos por um preço bem convidativo com cotação do real valendo onze pesos uruguaios; entretanto, a maioria do grupo não optou por realizar o câmbio; quando fomos pagar a hospedagem nas cabanas, descobrimos que  a cotação era menor, um real valendo oito pesos.

As reservas para estadia no Parque Nacional de Santa Teresa foram feitas pelo Ivan; por sugestão dele ficamos hospedados em confortáveis cabanas com vistas para o Atlântico; nos reuníamos nelas para preparar as refeições do desjejum e da janta com alimentos adquiridos na localidade de Punta Del Diablo e La Coronilla.

Ventava continuamente. Nas noites estreladas sentíamos  frio que enfrentávamos com uma lareira acesa. Nas manhãs ensolaradas foram os passeios pela praia e a visita à fortaleza que nos aqueciam.
Plaja las Achiras
Na sexta-feira andamos pelas areias límpidas da Plaja Las Achiras, às vezes com rochas no caminho, rumo ao sul até a Punta Del Diablo. Nessa localidade de pescadores almoçamos um delicioso arroz com frutos do mar no Restaurant El Malecón.


O sol estava aproximando-se do horizonte oeste com reflexos sob os juncos quando chegamos na Laguna Negra. Caminhando por sua margem rochosa observamos  flamingos voando antes de pousar na água; no mato nativo vimos murtas frutificadas, e muitas coronilhas com ramos espinhosos.

Nuvens brancas alongadas harmonizavam o céu azul na manhã de sábado quando passeávamos pela área interna do Forte de Santa Teresa. Construído sob um terreno onde contempla-se a vastidão da região; encontra-se muito bem cuidado depois de reforma.
Forte de Santa Teresa


No almoço no Salon Comedor, o restaurante perto da Capatacia, combinou-se o cardápio da janta. Optamos por uma visita ao mercado e a uma carniceria na Coronilla. São tão famosas quanto deliciosas as galletas que degustamos recém cozidas numa panadería. Muitos conheceram o cítrico suco de pomelo e a excelente cerveja preta Patrícia Parker.
Laguna Negra


Durante à noite sentimos que a temperatura tinha se elevado, e quem estava acordado por volta das seis da madrugada de domingo notou a chegada de uma chuva forte. Permaneceu nublado pela manhã quando arrumamos as bagagens para o retorno. No parque cruzamos por uma avenida ladeada por palmeiras. Observamos pavões e primatas na Pajarera.
 

Acessamos a Ruta Nacional 9 em direção a fronteira. Quando chegamos no Chuy às 11h acertamos que duas horas e meia seriam  suficiente para visitarmos as lojas;  encontramo-nos no microônibus de acordo com o combinado.

Permanecemos algum tempo na aduana brasileira. Fomos intimados a desembarcar as mercadorias adquiridas no Chuy e responder um questionário sobre influenza A (H1N1).

Rumamos pelo mesmo trajeto de ida. Andamos 330km quilômetros para avistar Pelotas às 18h15min,  desta cidade percorremos mais uma distância semelhante para chegar em Santa Maria às 23h15min.
Plaja las Achiras


Os caminhantes Ivan, Eusa, Caroline, Cristina,Valter, Matheus, Helmut, Neci, Fernando W., Daniel, Adéli, Arthur e o PF viajaram com os motoristas Fabrício e Jorge da empresa Viamérica.

Santa Maria, 06 de Agosto de 2009.