Pela primeira vez visitamos a Lagoa do Peixe, Mostardas e Tavares. Embarquei no microônibus que locamos quando ele estacionou na esquina da Rua Conrado Hoffmann com a Rua Gal. Neto por volta das 23:00 h. Seguimos pela RS 287. Paramos no restaurante Casa Cheia. Mesmo fechado conseguimos acesso ao banheiro. Entrementes, o Valter tomou café preto. Em Canoas cruzamos por ruas vazias. Às 03:20 h passamos pela Estação Anchieta do Trensurb. Na Capital entramos na Av. Ceará. Percorremos a III Perimetral. Rumamos para Viamão. Uma parada no pedágio da Ecovias, a 40km de Capivari. Nessa cidade entramos na BR 101. De manhã cedo visitamos Mostardas . Chegamos em Tavares às 07:50 h. O Batista e a Sandra nos aguardavam no hotel. Tomamos um excelente café da manhã. Mais tarde embarcamos num ônibus com janelas laterais abertas sem vidros para um passeio na Lagoa do Peixe. Na estrada de chão batido desembarcamos perto de uma ponte de madeira, e fizemos uma caminhada pelo banhado. Observamos ao longe elegantes flamingos; contamos dezessete. Próximo a praia o ônibus atolou numa duna ao lado de um córrego que desemboca no mar, nas imediações de um pequeno vilarejo; ali não existe energia elétrica. Tentamos empurrar o ônibus, sem sucesso ! decidimos caminhar pela praia em direção ao farol, enquanto o Batista e o Tadeu resolviam a questão; providenciaram outro ônibus para nos levar. Chegando no Farol Mostardas conhecemos um faroleiro; subimos os ditos 160 degraus nos 42 m (!)de altura do farol. Ele foi inaugurado em 1894 , e reconstruído em alvenaria em 1940. Num dia de céu azul com nuvens brancas vimos lá de cima todas as casas da localidade. Muita praia, e um mar com água fria. Descemos e embarcamos no ônibus , então desatolado. Voltamos. Andamos pela praia até a Barra da Lagoa. Vimos os maçaricos que migram do Canadá voando rápido sobre as ondas. Caminhando pelo canal de ligação do mar com a Lagoa do Peixe, conhecemos a Barra da Lagoa. Ali em períodos de estiagem o vento desloca areia fechando o canal, separando o mar da Lagoa; posteriormente é aberto com máquinas para facilitar a entrada dos camarões. Retornamos ao hotel; almoçamos na fazenda do Batista, distante 11km ao sul de Tavares; próxima a Laguna dos Patos. O almoço estava maravilhoso, delicioso; comemos camarão à baiana, camarão com molho branco, lasagna de camarão, camarão frito, todos excelentes; acompanhados por mandioca cozida, batata-doce-amarela. Mais tarde passeamos. O Josmar, a Eusa, o Ivan, o Helmut, e o PF, andaram em dois cavalos que o pessoal da fazenda encilhou; o Valter disse contente que foi a primeira vez que montou num cavalo; passeamos numa charrete; a Silvana subiu numa figueira enorme. Por volta das 17:00 h andamos na beira da Laguna na localidade de Ronda; muitas figueiras frondosas, cheias de barbas-de-pau pendentes em seus ramos. Descobrimos um brinquedo: subir e descer correndo pelas dunas. Saimos dali às 19:00 h, e quinze minutos depois estávamos no hotel em Tavares.
Levamos de Santa Maria alguns alimentos, que por fim não cozinhamos conforme tínhamos previsto. Na janta a Cristina preparou um sanduíche aberto com molhos e tomates cerejas. Assistimos ao vídeo sobre a Lagoa do Peixe. Muitos foram deitar cedo. Os quartos são novos e confortáveis.
Sábado, 07 de Abril de 2007.
O dia amanheceu um pouco nublado. Acordei antes das 07:00 h para caminhar na Avenida 11 de Abril, em frente ao hotel. Perto dali um engenho em funcionamento, no telhado muitos pombos-domésticos e algumas curicacas. Depois do substancial desjejum nos preparamos para visitar o Farol Cristovão Pereira. Às 08:40 h embarcamos num ônibus preparado pra enfrentar os futuros atolamentos nas estradas arenosas e úmidas. Nos acompanharam o Misael, de São Borja e a Silvia; ela uma Argentina que reside em Porto Alegre. Inicialmente andamos no asfalto em direção à Mostardas. Depois por um caminho de areia e lama. Entramos na estrada do Rincão; antes da Lagoa do Somidouro paramos para ver toda aquela área plana sem fim. Muitos pássaros pretos voando sobre as lavouras de arroz; o gado pastando no banhado; dois tachãs adultos e cinco filhotes, maçaricos, garças, noivinhas. O Ivan, o Josmar, o Helmut, e a Neci caminharam por uma estrada reta. Entramos em um campo aberto por uma estradinha até a praia da Laguna dos Patos e ao farol. Por volta das 10h00 aconteceu o segundo atolamento. Ao todo atolaríamos mais duas vezes. Desembarcamos. Ficamos ali tentando retirar a roda do eixo trazeiro que cada vez mais enterrava-se no barro escuro. Decidimos ir caminhando. Novamente o Batista e o Tadeu, experientes no assunto foram buscar auxílio. Enquanto andávamos pelo campo avistamos a imagem branca do farol, tivemos a impressão que estávamos próximo. Mas, quando chegamos na margem da laguna ele parecia estar cada vez mais distante. Passamos por uma grande plantação de pinus. Vimos pessoas num acampamento com barracas armadas embaixo das árvores e alguns carros estacionados ao lado. O Daniel, a Adéli, a Martha, a Caroline, o Misael, a Silvia e o PF caminharam juntos. Era 11:15 h, quando de repente olhamos para traz e avistamos um vulto branco locomovendo-se; era o nosso ônibus; embarcamos, seguimos encontrando pelo caminho as demais pessoas do grupo. Saimos da trilha na margem da laguna e entramos numa estrada dentro dos talhões de pinus. Pelo que me recordo o Batista disse que está proibido mais plantios na região. Apesar do sol muito quente passeamos por uma enorme duna. Novamente uma estrada muito arenosa com voçorocas, eis que nos deparamos com mais atolamento; agora de uma roda dianteira. Vários minutos tirando areia debaixo da roda e colocando madeira para o ônibus dar ré; até que saiu; usando muitas toras de pinus cobrimos os buracos no trecho na frente do ônibus. Saimos dali por volta das 12:20 h. Estava nublado quando chegamos no Farol. Construído em 1858 numa ponta da laguna encontra-se com suas aberturas de acesso lacradas. Sentamos e vimos as águas baterem nas rochas que formam uma área cercada ao seu redor. Permanecemos ali das 13:10 às 13:30 horas; vinte e cinco minutos nos separavam de uma caminhada até onde o ônibus ficou estacionado. Retornamos pelo mesmo percurso. Numa certa altura paramos para que o Valter falasse da programação combinada anteriormente com o Batista e o motorista. Estava previsto o almoço depois da visita ao Farol Cristovão Pereira. Devido ao adiantado da hora, 14:10 h , ele levantou a questão que originou dois palpites: voltar para Tavares e almoçar, ou lanchar e seguir direto para visitar o Farol Capão da Marca; depois de alguns minutos de dúvidas a Caroline foi quem resolveu tudo com uma pergunta: quem queria ir almoçar ? quem gostaria de seguir direto para o outro farol ? decidimos pelo farol. O ônibus estacionou perto do Capão da Marca ao lado de um canal que desagua na Laguna. Para atravessá-lo a pé procuramos locais que o nível d'água fosse até a altura dos nossos joelhos; nas partes mais rasas onde podíamos ver a areia no fundo notamos que a água tinha uma cor de ferrugem. Era 15:55 h quando chegamos no farol construído inicialmente de madeira em 1848; tem 16 metros de altura e foi reconstruído em metal no ano de 1898. Subimos pela escadaria cheia de fezes secas, com mal cheiro e muitas abelhas mortas. Da localidade o Valter, o Sérgio e o Misael decidiram caminhar pela margem da laguna até a fazenda do Batista. Às 16:35 h estávamos no hotel em Tavares. Depois nos encontramos com eles na estância da laguna. O Helmut e a Neci fizeram um carreteiro na janta. Enquanto cozinhavam, comemos muitos camarões assados na chapa e temperado com gotas de limão. Também nos alimentamos com uma saborosa mandioca cozida e misturada com cebolas fritas preparados pela Eusa e o Ivan. Mais cacetinhos, salada, vinho. Um músico da cidade cantou e tocou violão. Tudo isso aconteceu no galpão de chão batido da fazenda. Lá fora o Vandi carneou um cordeiro e nos auxiliou muito naquilo que não esperávamos que acontecesse, apesar das inúmeras mensagens que a Lara enviou pelo celular para Martha comentando a dificuldade que passaram para trafegar pelo trecho lamacento da fazenda até a estrada asfaltada. Começamos o retorno às 01:30 h. Saimos com o micro da estância sem dar muita importância para chuva que caiu durante a noite. Entramos na estrada arenosa. Sem saber nos encaminhávamos para o quarto atolamento da viagem a Tavares. O micro derrapou e enterrou a roda direita da frente; começou a deslizar para o lado da estrada que tinha um canal cheio d'água; ficamos ali até 02:30 h. Chegou um tratorista para rebocar: primeiro tentou puxar o micro pela trazeira, não deu certo; fez uma manobra pelo campo e estacionou na frente. Todas as tentativas de desatolar enterravam ainda mais a dianteira do micro, deslizando a trazeira para o lado do canal cheio d'água, que para ajudar tinha um fio de cerca; como ninguém sabia se o dito estava ligado em eletrecidade ou não... Foram providenciar outro trator; colocaram um trator na frente do outro; ambos patinaram fazendo força e o micro se movia o suficiente para se atolar mais. Devido ao adiantado da hora e os esforços insuficientes, apesar de toda a dedicação abnegada dos tratoristas, pelas 04:10 h decidimos ir embora. O Ivan e o PF auxiliaram a Martha, a Caroline, a Cristina, a Adéli, o Daniel, evitando que alguém caísse na valeta embarrada. O Valter carregou a Caroline. O motorista disse que durmiria ali para cuidar do veículo. O Valter telefonou para o Batista que prontamente veio nos buscar. Fomos deitar pelas 05:00 h. Eis que logo o motorista surge pelo corredor do hotel dizendo que depois que viemos embora conseguiram desatolar o micro usando uma pá para tirar o barro liberando as rodas dianteiras.
08 de Abril de 2007.
Domingo amanheceu ensolarado com nuvens brancas na imensidão azul. Fizemos as contas no Hotel Parque da Lagoa.
Café de sexta-feira custou R$ 5,00; o pernoite com desjejum saiu por R$ 30,00; o passeio de ônibus custou R$ 250,00; os tratoristas cobraram R$ 120,00; o cache do músico foi R$ 60,00; na janta do Helmut gastamos R$ 90,00; o almoço na estância foi R$ 15,00; e pela locação do microônibus pagamos R$ 1.560,00.
Às 12:35 h demos início a viagem de retorno. Paramos em Mostardas para almoçar no restaurante Edmundo's, na Rua Bento Gonçalves, 906, a uma quadra da praça central da cidade. Visitamos a igreja e o calçadão Chico Pedro. Vimos as casas antigas da época da colonização açoriana. No almoço: massa com molho de camarão, molho de camarão, peixe papa-terra com molho, salada com alface, tomate, couve-flor.
Andando pela BR 101 vimos ao longe no horizonte a chuva chegando. Apreciamos de um lado da estrada muitas lavouras de arroz sendo colhidas com as máquinas colheitadeiras em funcionamento. Observamos um joão-grande parado no banhado; muitas palmeiras num campo plano. Passando entre Capivari e Viamão, na localidade de Águas Claras nos deparamos com um arco-íris, assim: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta.
Cronometragem:
Tavares, 12:35 h + 27km = Mostardas, 13:00 h; + 2km = saída de Mostardas, 14:30 h ; + 125km= Capivari,16:30 h; + 55km = Viamão 18:20 h; + 17km= POA, 18:50 h (Av. Bento Gonçalves com a Av. Salvador França); + 8km = posto esso em Porto Alegre, 19:15 h; + 127km = restaurante casa cheia, em Venâncio Aires, das 20:55 às 21:30 hs; + 168 km= Santa Maria na Rua Geraldo Aronis, 23:55 h.
Quase doze horas viajando rodamos 529km.
O Valter entrou contato com a pousada, combinou os passeios com o Batista, organizou o roteiro e agendou o microônibus.
Os viajantes Silvana, Deca, Cristina, Martha, Lara, Emocir, Sérgio, Neci, Daniel, Eusa, Adéli, Helmut, Valter, Ivan, Josmar, Caroline, PF.