segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Rio Guassupi depois das chuvas

Após atravessarmos a ponte de concreto sobre o Rio Ibicuí seguimos à direita, optamos por chegar em São Martinho da Serra pela estrada mais arborizada,  mais sinuosa, e talvez a mais antiga do que aquela que segue reta; pelo caminho fortes curvas; em muitos trechos as copas das árvores formam agradáveis túneis verdes. Num vale o mato nativo não escondeu a exuberante floração laranja-avermelhada de uma corticeira-da-serra. Na curva antes do início do calçamento, algumas cruzes indicam o episódio das degolas dos maragatos, que ocorreu durante a Revolução Federalista.

Quando cruzamos pela principal avenida da cidade, outrora calçada com basalto, notamos que as extremosas e os ligustros plantados no canteiro central tiveram suas copas podadas. Ademais, na via encontram-se casas em alvenaria construídas há mais de cem anos.

Visitamos a queda d'água do Guassupi pela primeira vez há doze anos, em 09/03/1997; retornamos ao local em dezembro de 2002. Portanto, lembrávamos pouco do caminho que deveríamos seguir; então, depois da cidade paramos várias vezes para solicitar informações.
Percorrendo a vastidão das coxilhas por estradas de chão batido observamos que elas são entremeadas por escasso mato nativo. Encontramos verdejantes lavouras de trigo; nos campos com poucas habitações vimos muito gado, muitas ovelhas, alguns búfalos; observamos um gavião-caboclo voando, cinco emas forrageando e várias tesourinhas pousadas nos fios de cerca.

A partir da Rua Dr. Bozano, em Santa Maria, rodamos 22km até São Martinho,  mais 25km para encontrar o caminho que acessa a cascata. Quando chegamos na sua margem esquerda, deveríamos andar a montante, inicialmente por uma margem lajeada, depois pela t
rilha na mata ciliar.

Os viajantes Ivan, Caroline, Cristina, Valter, Edméia, Valter Noal, Neci, Helmut, Sérgio, Marta, Emocir, Lara, Eusa, Josmar, PF, visitaram a localidade durante o dia quente e ensolarado de 04/10/09.
Guassupi: Rio formador do Toropi, RS. Guaçupi: Arroio afluente da margem esquerda do Toropi. No tupi primitivo - uaçu : com o português surgiu a letra g inicial como em quase todas as palavras iniciadas por u. Guaçu : largo, amplo, grande. Pi: raspado, rapado. Fonte: Dicionário de palavras Brasileiras de Origem Indigena. Clovis Chiaradia. São Paulo. Ed. Limiar, 2008.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Na fronteira de Rivera


Os dias continuam chuvosos em Santa Maria; estava nublada a manhã de quarta-feira quando viajamos em direção a fronteira sudoeste do Rio Grande do Sul. Visitamos Rivera, cidade Uruguaia que se avizinha com Livramento.

Na vastidão da paisagem observamos que algumas coxilhas já apresentavam a floração vibrante da maria-mole. Também muitos espinilhos e várias acácias-negras harmonizavam suas flores amarelas com o verde dos campos.
 

Contemplamos a cidade de Rosário do Sul pouco antes de atravessar a extensa ponte de concreto sobre o Rio Santa Maria. Adiante, quando passamos sobre o Arroio Carolina estávamos perto de Livramento. Entramos na cidade pela Avenida João Goulart. Notamos que as enormes canafístulas no canteiro central estão com suas copas cobertas de frutos. Ali um relógio          digital indicava dezenove graus às 10h08min.

Contornamos o Parque Internacional pela 33 Orientales no lado Uruguaio. Entramos em Rivera pela Avenida Sarandi,  uma das mais movimentadas.

Não caminhamos muito para encontrar as encomendas de alfajores, vinhos chilenos e queijos uruguaios. São várias lojas concentradas em poucas ruas; aquelas que comercializam seus produtos importados em dólar praticavam o câmbio por R$ 1,85 a R$ 1,90.


Visitamos a praça principal, que tem uma linha imaginária unindo os dois países. Ali os passeios são amplos, as araucárias frondosas, os ipês estão amarelos, e as azaleias com muitas pétalas lilases. Numa de suas extremidades foi montado um galpão crioulo em comemoração a Semana Farroupilha.


Viajei no dia 16/09/09 de carona com Fernando Noal. Era 07:33 h quando cruzamos pelo viaduto da BR 158/RS 287. Rodamos cerca de 111km pela faixa nova para Rosário do Sul até a BR 290; dali mais 119km para chegarmos em Livramento.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Uma manhã na Redenção


Do hotel onde estávamos na Praça da Matriz fomos a Rua da Praia, a mais antiga da cidade. Compramos no centenário Mercado Público. Subimos no terraço da Usina do Gasômetro para acompanhar o por do sol no Guaíba, depois visitamos a Casa de Cultura Mario Quintana.
O domingo amanheceu nublado. Depois do meio-dia observamos um céu azul com algumas nuvens brancas. Durante todo dia o Parque da Redenção recebeu muitas visitas. Vimos que os ipês-roxos enfileirados ao longo da calçada do espelho d'água estão com suas flores exuberantes, tanto quanto as eritrinas mostram suas pétalas vermelhas.


Caminhando pela Avenida José Bonifácio percebemos que as tipuanas estão desfolhadas, e grande parte das suas copas estão cobertas com samambaias. Ali o canteiro central é formado por uma área de terra a descoberto, está alternadamente calçado com rochas basálticas quadradas e granitos irregulares.
Enquanto passeávamos pelo Parque optamos por um almoço no restaurante vegetariano Govinda. Mas ainda não tínhamos visto que as folhas novas do Ginkgo biloba estavam brotando. Tampouco sabíamos que na próxima segunda-feira haveria chuva forte com granizo.
Os viajantes Adéli, Daniel e PF foram para Porto Alegre de carona com Rafael e Marília no sábado pela manhã. Retornaram para Santa Maria no feriado da segunda-feira, no ônibus das 17:00 h.



segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Visitantes de inverno

São inesquecíveis o amarelo exuberante das flores dos ipês nas várzeas de Arroio Grande. Também lembraremos dos beija-flores visitando as pétalas roxas dos ipês nos campos.

O calor da manhã ensolarada de domingo fez com que optássemos por uma caminhada numa trilha dentro do mato; fomos ao Arroio da Tafona; seguimos o curso d'água por uma estradinha estreita até o sopé do morro, onde seu Darci reside numa casa de madeira de pinho. Dali andamos por uma trilha pedregosa. No caminho não encontramos bergamotas maduras, entretanto, observamos um enorme cedro frutificado e muitas cabreúvas. No campo aberto visualizamos ao sul o perfil vertical das habitações de Camobi, e alguns prédios de Santa Maria entre os morros do Cerrito e São José.

Entramos no mato nativo. Andamos morro acima por um caminho coberto com folhas secas. A descida começou quando chegamos na outra extremidade do morro em um descampado; contemplamos a estrada de Val de Buia com o seu restaurante azul.

Os Viajantes Caroline, Silvana, Eduardo, Ivan, Eusa, Sérgio, Marta, Neci, Helmut, Martha, Valter, Cristina, PF, pernoitaram na casa do Josmar e da Deca, numa noite estrelada com lua crescente no dia 29 de Agosto.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nos campos das Guaritas

Atravessando a ponte de concreto que delimita os municípios de Santa Maria e São Sepé notamos que algumas áreas planas próximas ao Rio Vacacaí foram alagadas pelas águas das últimas chuvas.
                                                                                                           Quando cruzamos o Arroio Santa Bárbara, um
pouco antes de Caçapava do Sul, observamos que o percurso da estrada tornara-se cheio de curvas; começávamos a contornar os morros da Serra do Sudeste.

No momento que visualizamos o Arroio Passo d'Areia estávamos a dez minutos da RS 625, a estrada de chão batido que acessa as Guaritas.

Como nossa visita tinha sido agendada, éramos aguardados pelo seu Decionil e pela dona Ireny. Durante o passeio que fizemos guiados por ele, visitamos a Pedra da Guarita, andamos por um mato nativo e nos surpreendemos com a    agilidade que os cabritinhos se deslocam pelo topo liso das rochas.

Durante as conversas soube-se que as imensas formações rochosas, às vezes isoladas entre si, cujo topo lembra a forma de um escudo, são denominadas Guaritas, Gerivá, Erundina, Abelha, Pedra do Boi, Que o Touro caiu e Pescoço; tendo-se como centro de referência o Galpão Crioulo da Associação dos Moradores.

Noite mais estrelada que fria. Janta e pernoite no galpão aquecido pelo fogo de uma lareira sempre acesa. Feito com paredes rústicas de costaneira, teto de palhas, piso de cimento, o galpão contrastava com a casa cinematográfica construída em madeira para o filme Uma Valsa para Bruno Stein.

Quem acordou, e levantou-se antes das seis e meia da manhã de domingo, acompanhado pelo silêncio e a pela ausência de habitações na região, pôde vislumbrar nas silhuetas das pedras os primeiros reflexos coloridos do sol.

Por sugestão do seu Decionil caminhamos durante duas horas por uma estradinha pouco movimentada e pedregosa no meio de um campo úmido com gado e ovelhas soltas. Com o céu claro notava-se a imensidão da paisagem entremeada por árvores baixas, que se desenvolvem pouco no ambiente rochoso. Quando chegamos no topo íngreme de uma imponente rocha nos admiramos com um cânion. Descemos morro abaixo até o vale, seguimos pelo leito de um riacho coberto por uma mata nativa. Conhecemos o local de um antigo quilombo.

Mais tarde andamos até a Chácara da Pedra. Fomos recepcionados por Silvano, dona Teresinha e Paulo Sérgio. Os moradores nos ofereceram laranjas, tomamos água, também foi servido café, bolo e pastéis. Enquanto descansávamos sentados na grama do pátio da casa encontramos pessegueiros floridos, e exuberantes pétalas brancas de uma ameixeira.

Os viajantes foram a Caroline, o Valter, a Eusa, o Ivan, o Helmut, a Neci, o Fernando W., o Sérgio, a Lara, a Marta, o Emocir, a Josmar, a Deca e o PF.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Noite fria em Caçapava

27 de Julho de 2007.

Numa sexta-feira ensolarada visitamos Caçapava do Sul. Era duas da tarde quando chegamos na porteira de entrada para a Pedra do Segredo,  assim é conhecida devido a lenda de um enterro de valores jesuítas durante as Guerras Guaraníticas. Fizemos lanche sentados na grama antes caminhar morro acima. Andamos pelas trilhas que contornam a Pedra do Segredo buscando uma subida ao topo; sem sucesso !!! retornamos, fomos caminhar pelo campo; passamos por um local conhecido como lajeado; chegando no topo rochoso nos deparamos com uma vegetação formada por um vassoural . Contemplamos a vastidão da paisagem; morros, campos e amplas áreas sem nenhuma habitação. Voltamos pelo mesmo caminho. Mais tarde visitamos o Galpão da Pedra, a pousada do guia Manoel Teixeira; vimos um pé de oliveira plantada há pouco tempo, com um metro de altura. Partimos para o Cerro Colorado. Quando entramos novamente na RS 357 em direção a Lavras observamos no horizonte um deslumbrante por do sol avermelhado, com nuvens rabos-de-galo. Era noite de lua cheia e estrelada. Percorremos 17km para descobrir uma placa desbotada indicando Cerro Colorado. Ali entramos à esquerda numa estrada de chão. Entrementes, encontramos cinco lebres em cinco momentos distintos cruzando a estrada iluminadas pelos faróis do microônibus. Fazia muito frio - o termômetro do micro indicava quatro graus - quando chegamos na sede do Cerro Colorado, por volta das 19h30min. A Fazenda foi um marco da Revolução que ocorreu no Rio Grande do Sul, em 1923. Jantamos comida cozida em fogão a lenha feita pela irmã da Alisandra. Na manhã fui caminhar cedo nos arredores do casarão amarelo. A grama estava branca de geada. Enquanto algumas corticeiras-do-banhado sem folhas perto do lago recebiam as primeiras luzes do sol, os patos nadavam, batiam as asas, voavam e brincavam na água.

Pão caseiro quente no delicioso no café da manhã. Conhecemos as dependências de uma antiga oficina. Na fachada do casarão  notamos o ano 1904 acima da porta principal. Às 10:30 h rumamos para BR 153 em direção as Guaritas, assim denominadas pelos indígenas que ficavam de guarda em cima das rochas.

Em frente ao Galpão Crioulo da Associação de Moradores das Guaritas fomos recebidos calorosamente pela Dona Ireny, e seu simpático irmão Decionil Pereira Franco. Enquanto nos ciceroneava, ficamos surpresos com sua agilidade caminhando pelas trilhas íngrimes pilchado de bombacha e botas. Andamos por um mato nativo e pelo campo. Sentamos num gramado, conversamos, enquanto descascávamos bergamotas. Dona Ireny nos aguardava já com um fogão aceso. Cozinhamos arroz integral, lentilha, moranga kabutia, e molho de berinjela com cebola; tostamos gergelim com sal; salada de alface e tomate. A Neci preparou uma galinha com arroz parbolizado para janta, e o Sérgio fez um tempero com ovos cozidos, alho e azeite de oliva para comermos com pão.

À tardinha um grupo foi passear com o seu Decionil na Pedra Furada. Dona Ireny nos mostrou o livro de
assinaturas com visitantes de várias nacionalidades: mexicanos, argentinos, uruguaios, chilenos, italianos, austríacos, alemães, dinamarqueses, poloneses e chineses. Caçapava do Sul é sede de um festival de dança que ocorre a cada dois anos. Conversamos ao redor de um fogo aceso na lareira, no meio do salão do galpão até às 22:10 h.

Não foram suficientes as dicas do seu Decionil para chegarmos sem dúvidas nas Minas do Camaquã. No Minas Hotel fomos recebidos pela Adriana às 23h00min. O prédio em alvenaria foi construído ainda quando a mina estava em funcionamento. Levantei 07h30min. Encontrei no corredor do hotel a Eusa e o Helmut; eles já tinham visto a fascinante paisagem formada pela geada. Caminhamos pelas ruas calçadas com paralelepípedos quase vazias. Fotografamos o prédio abandonado de madeira onde funcionou o Cine Rodeio. Um cachorro ovelheiro preto e manso nos acompanhava de vez em quando. Chamou-nos atenção as penas alaranjadas, quase vermelhas, do peito de um surucuá. Antes de tomar café observamos as casas construídas para os antigos funcionários da mina. Mais tarde visitamos a Pedra da Cruz; subimos por uma trilha muito rochosa; tivemos um certo cuidado para não escorregar. De cima do topo observamos de um lado a barragem , de outro a cidade e um grande plantio de pinus, composto por árvores mortas numa área de várzea. Descemos. Com um guia percorremos por uma hora e meia as dependências da antiga mina; comentou-se os 700 metros de extensão de um túnel escavado morro adentro; falou-se do elevador gigante que descia e subia com pessoal e material a uma profundidade de 500 metros, com galerias a cada 100 metros; muitas delas encontram-se alagadas. Havia períodos que trabalhavam ali cerca de 2000 pessoas. O cobre extraído era beneficiado em Caraíba, na Bahia. O guia nos mostrou a entrada de um túnel com uns 4km de extensão que desembocava no vilarejo de Camaquã. A céu aberto vimos um lago azul formado por uma caieira; nos arredores enormes máquinas antigas abandonadas há mais de 10 anos. 

Cronometragem.
Sexta-feira: rua Floriano Peixoto,10:10 h; + 17km reitoria campus, 11:30 h; + 10km RST287 / BR158, 11:45 h; + 37km Vila Block, 12:10 h; + 23km viaduto em São Sepé, 12:25 h; + 23km Trevo BR 290, 12:40 h;+ 16km Caçapava, 13:00 h; + 9km estrada de chão batido para Pedra do Segredo, 13:35 h; + 5km porteira de entrada para Pedra do Segredo, 13:50 h; retorno para RS 357, 17:30 h; + 5km RS 357, 18:10 h; + 10km localidade de passo feio; + 8km entramos estrada de chão batido em direção a Fazenda Cerro Colorado; + 9km primeira bifurcação; + 4km segunda bifurcação; + 5km chegamos na fazenda Cerro Colorado, 19:15 h.

Sábado: 10:30 h, partimos do Cerro Colorado; + 10km = BR 153, 11:05 h; + 10km entramos na RS 625, estrada de chão batido para Guaritas, 11:15 h; + 11km chegamos no galpão das guaritas, 11:30 h; Partimos às 22:10 h; +14 km conhecemos o minas hotel, 23:00 h.

Domingo: Às 11:05 h, sopé do morro da cruz. Às 10:45 h descemos para o paredão e rio. 11:15 h, partimos. Às 11:35h chegamos na barragem; + 2km = portaria das minas do camaquã, 13:00 h; + 5km chegamos dentro do pátio das minas; 14:30 h saimos; 14:40 h partimos para Caçapava do Sul; + 10 km = galpão das guaritas, 15:00 h; + 11km chegamos na BR 153, 15:15 h; + 28km cruzamento BR 153/ BR 392, 15:40 h; +13km acessamos o portal de entrada de Caçapava do Sul, 15:45 h; + 3km circulamos pelo centro da cidade,15:50 h; às 18:35 h retornamos; + 103km novamente Santa Maria, 20:15 h; percorremos ida e volta 410km. C
ustos : pelo microônibus da Lubro com 22 assentos acertamos R$ 700,00, que foi dividido por 15, resultando R$ 50,00 por pessoa; o pernoite no Cerro Colorado com janta e café da manhã por R$ 40,00; pernoite no minas hotel com café da manhã por R$ 25,00; o guia das guaritas cobrou R$ 35,00; o aluguel do galpão saiu por R$ 25,00; com a diária do motorista do micro no minas hotel gastamos R$ 25,00;  o guia na pedra do segredo pediu R$ 50,00; almoço totalizou R$ 100,00 para 15 pessoas; a janta do Helmut no galpão custou R$ 58,00.

Os viajantes: Eusa, Martha, Deca, Caroline, Cristina, Ivan, Lara, Marta, Neci, Helmut, Sérgio, Emocir, Valter, Josmar, Fernando Noal, PF.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Litoral Uruguaio

Areias da Plaja las Achiras
Numa madrugada de quinta-feira, em noite tão estrelada quanto fria viajamos de Santa Maria para o Litoral do Uruguai. Parte do percurso rodamos por uma estrada sinuosa contornando morros entre Caçapava do Sul e Canguçu, que contrastam bastante com aquelas vias retas nas planícies de Pelotas ao Chuí.
Estava ensolarado quando entramos na Avenida Brasil, fronteira com o Chuy Uruguaio. Antes do meio-dia chegamos no Forte San Miguel. Situado dentro de um belo parque, ele fora construído com influência portuguesa durante o período da Província Cisplatina.

Andando pelo local encontramos um hotel mantido pelo Estado, o Parador San Miguel. Imponente construção de pedras no alto de uma coxilha. Almoçamos uma excelente massa numa aconchegante sala com lareira.

À tarde visitamos as lojas do free shopping; ali adquirem-se produtos por um preço bem convidativo com cotação do real valendo onze pesos uruguaios; entretanto, a maioria do grupo não optou por realizar o câmbio; quando fomos pagar a hospedagem nas cabanas, descobrimos que  a cotação era menor, um real valendo oito pesos.

As reservas para estadia no Parque Nacional de Santa Teresa foram feitas pelo Ivan; por sugestão dele ficamos hospedados em confortáveis cabanas com vistas para o Atlântico; nos reuníamos nelas para preparar as refeições do desjejum e da janta com alimentos adquiridos na localidade de Punta Del Diablo e La Coronilla.

Ventava continuamente. Nas noites estreladas sentíamos  frio que enfrentávamos com uma lareira acesa. Nas manhãs ensolaradas foram os passeios pela praia e a visita à fortaleza que nos aqueciam.
Plaja las Achiras
Na sexta-feira andamos pelas areias límpidas da Plaja Las Achiras, às vezes com rochas no caminho, rumo ao sul até a Punta Del Diablo. Nessa localidade de pescadores almoçamos um delicioso arroz com frutos do mar no Restaurant El Malecón.


O sol estava aproximando-se do horizonte oeste com reflexos sob os juncos quando chegamos na Laguna Negra. Caminhando por sua margem rochosa observamos  flamingos voando antes de pousar na água; no mato nativo vimos murtas frutificadas, e muitas coronilhas com ramos espinhosos.

Nuvens brancas alongadas harmonizavam o céu azul na manhã de sábado quando passeávamos pela área interna do Forte de Santa Teresa. Construído sob um terreno onde contempla-se a vastidão da região; encontra-se muito bem cuidado depois de reforma.
Forte de Santa Teresa


No almoço no Salon Comedor, o restaurante perto da Capatacia, combinou-se o cardápio da janta. Optamos por uma visita ao mercado e a uma carniceria na Coronilla. São tão famosas quanto deliciosas as galletas que degustamos recém cozidas numa panadería. Muitos conheceram o cítrico suco de pomelo e a excelente cerveja preta Patrícia Parker.
Laguna Negra


Durante à noite sentimos que a temperatura tinha se elevado, e quem estava acordado por volta das seis da madrugada de domingo notou a chegada de uma chuva forte. Permaneceu nublado pela manhã quando arrumamos as bagagens para o retorno. No parque cruzamos por uma avenida ladeada por palmeiras. Observamos pavões e primatas na Pajarera.
 

Acessamos a Ruta Nacional 9 em direção a fronteira. Quando chegamos no Chuy às 11h acertamos que duas horas e meia seriam  suficiente para visitarmos as lojas;  encontramo-nos no microônibus de acordo com o combinado.

Permanecemos algum tempo na aduana brasileira. Fomos intimados a desembarcar as mercadorias adquiridas no Chuy e responder um questionário sobre influenza A (H1N1).

Rumamos pelo mesmo trajeto de ida. Andamos 330km quilômetros para avistar Pelotas às 18h15min,  desta cidade percorremos mais uma distância semelhante para chegar em Santa Maria às 23h15min.
Plaja las Achiras


Os caminhantes Ivan, Eusa, Caroline, Cristina,Valter, Matheus, Helmut, Neci, Fernando W., Daniel, Adéli, Arthur e o PF viajaram com os motoristas Fabrício e Jorge da empresa Viamérica.

Santa Maria, 06 de Agosto de 2009.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pelas margens de Tavares

Quinta-feira, 05 de Abril de 2007.

Pela primeira vez visitamos a Lagoa do Peixe, Mostardas e Tavares. Embarquei no microônibus que locamos quando ele estacionou na     esquina da Rua Conrado Hoffmann com a Rua Gal. Neto por volta das 23:00 h. Seguimos pela RS 287. Paramos no restaurante Casa Cheia. Mesmo fechado conseguimos acesso ao banheiro. Entrementes, o Valter tomou café preto. Em Canoas cruzamos por ruas vazias. Às 03:20 h passamos pela Estação Anchieta do Trensurb. Na Capital entramos na Av. Ceará. Percorremos a III Perimetral. Rumamos para Viamão. Uma parada no pedágio da Ecovias, a 40km de Capivari. Nessa cidade entramos na BR 101. De manhã cedo visitamos Mostardas . Chegamos em Tavares às 07:50 h. O Batista e a Sandra nos aguardavam no hotel. Tomamos um excelente café da manhã. Mais tarde embarcamos num ônibus com janelas laterais abertas sem vidros para um passeio na Lagoa do Peixe. Na estrada de chão batido desembarcamos perto de uma ponte de madeira, e fizemos uma caminhada pelo banhado. Observamos ao longe elegantes flamingos; contamos dezessete. Próximo a praia o ônibus atolou numa duna ao lado de um córrego que desemboca no mar, nas imediações de um pequeno vilarejo; ali não existe energia elétrica. Tentamos empurrar o ônibus, sem sucesso ! decidimos caminhar pela praia em direção ao farol, enquanto o Batista e o Tadeu resolviam a questão; providenciaram outro ônibus para nos levar. Chegando no Farol Mostardas conhecemos um faroleiro; subimos os ditos 160 degraus nos 42 m (!)de altura do farol. Ele foi inaugurado em 1894 , e reconstruído em alvenaria em 1940. Num dia de céu azul com nuvens brancas vimos lá de cima todas as casas da localidade. Muita praia, e um mar com água fria. Descemos e embarcamos no ônibus , então desatolado. Voltamos. Andamos pela praia até a Barra da Lagoa. Vimos os maçaricos que migram do Canadá voando rápido sobre as ondas. Caminhando pelo canal de ligação do mar com a Lagoa do Peixe, conhecemos a Barra da Lagoa. Ali em períodos de estiagem o vento desloca areia fechando o canal, separando o mar da Lagoa; posteriormente é aberto com máquinas para facilitar a entrada dos camarões. Retornamos ao hotel;  almoçamos na fazenda do Batista, distante 11km ao sul de Tavares; próxima a Laguna dos Patos. O almoço estava maravilhoso, delicioso; comemos camarão à baiana, camarão com molho branco, lasagna de camarão, camarão frito, todos excelentes; acompanhados por mandioca cozida, batata-doce-amarela. Mais tarde passeamos. O Josmar, a Eusa, o Ivan, o Helmut, e o PF, andaram em dois cavalos que o pessoal da fazenda encilhou; o  Valter disse contente que foi a primeira vez que montou num cavalo; passeamos numa charrete;  a Silvana subiu numa figueira enorme. Por volta das 17:00 h andamos na beira da Laguna na localidade de Ronda; muitas figueiras frondosas, cheias de barbas-de-pau pendentes em seus ramos. Descobrimos um brinquedo: subir e descer correndo pelas dunas. Saimos dali às 19:00 h, e quinze minutos depois estávamos no hotel em Tavares.

Levamos de Santa Maria alguns alimentos, que por fim não cozinhamos conforme tínhamos previsto. Na janta a Cristina preparou um sanduíche aberto com molhos e tomates cerejas. Assistimos ao vídeo sobre a Lagoa do Peixe. Muitos foram deitar cedo. Os quartos são novos e confortáveis.

Sábado, 07 de Abril de 2007.

O dia amanheceu um pouco nublado. Acordei antes das 07:00 h para caminhar na Avenida 11 de Abril, em frente ao hotel. Perto dali um engenho em funcionamento, no telhado muitos pombos-domésticos e algumas curicacas. Depois do substancial desjejum nos preparamos para visitar o Farol Cristovão Pereira. Às 08:40 h embarcamos num ônibus preparado pra enfrentar os futuros atolamentos nas estradas arenosas e úmidas. Nos acompanharam o Misael, de São Borja e a Silvia; ela uma Argentina que reside em Porto Alegre. Inicialmente andamos no asfalto em direção à Mostardas. Depois por um caminho de areia e lama. Entramos na estrada do Rincão; antes da Lagoa do Somidouro paramos para ver toda aquela área plana sem fim. Muitos pássaros pretos voando sobre as lavouras de arroz; o gado pastando no banhado; dois tachãs adultos e cinco filhotes, maçaricos, garças, noivinhas. O Ivan, o Josmar, o  Helmut, e a Neci caminharam por uma estrada  reta. Entramos em um campo aberto por uma estradinha até a praia da Laguna dos Patos e ao farol. Por volta das 10h00 aconteceu o segundo atolamento. Ao todo atolaríamos mais duas vezes. Desembarcamos. Ficamos ali tentando retirar a roda do eixo trazeiro que cada vez mais enterrava-se no barro escuro. Decidimos ir caminhando. Novamente o Batista e o Tadeu, experientes no assunto foram buscar auxílio. Enquanto andávamos pelo campo avistamos a imagem branca do farol, tivemos a impressão que estávamos próximo. Mas, quando chegamos na margem da laguna ele parecia estar cada vez mais distante. Passamos por uma grande plantação de pinus. Vimos pessoas num acampamento com barracas armadas embaixo das árvores e alguns carros estacionados ao lado. O Daniel, a Adéli, a Martha, a Caroline, o Misael, a Silvia e o PF caminharam juntos. Era 11:15 h, quando de repente olhamos para traz e avistamos um vulto branco locomovendo-se; era o nosso ônibus; embarcamos, seguimos encontrando pelo caminho as demais pessoas do grupo. Saimos da trilha na margem da laguna e entramos numa estrada dentro dos talhões de pinus. Pelo que me recordo o Batista disse que está proibido mais plantios na região. Apesar do sol muito quente passeamos por uma enorme duna. Novamente uma estrada muito arenosa  com voçorocas, eis que nos deparamos com mais atolamento; agora de uma roda dianteira. Vários minutos tirando areia debaixo da roda e colocando madeira para o ônibus dar ré; até que saiu; usando muitas toras de pinus cobrimos os buracos no trecho na frente do ônibus. Saimos dali por volta das 12:20 h. Estava nublado quando chegamos no Farol. Construído em 1858 numa ponta da laguna encontra-se com suas aberturas de acesso lacradas. Sentamos e vimos as águas baterem nas rochas que formam uma área cercada ao seu redor. Permanecemos ali das 13:10 às 13:30 horas; vinte e cinco minutos nos separavam de uma caminhada até onde o ônibus ficou estacionado. Retornamos pelo mesmo percurso. Numa certa altura paramos para que o Valter falasse da programação combinada anteriormente com o Batista e o motorista. Estava previsto o almoço depois da visita ao Farol Cristovão Pereira. Devido ao adiantado da hora, 14:10 h , ele levantou a questão que originou dois palpites: voltar para Tavares e almoçar, ou lanchar e seguir direto para visitar o Farol Capão da Marca; depois de alguns minutos de dúvidas a Caroline foi quem resolveu tudo com uma pergunta: quem queria ir almoçar ? quem gostaria de seguir direto para  o outro farol ? decidimos pelo farol. O ônibus estacionou perto do Capão da Marca ao lado de um canal que desagua na Laguna. Para atravessá-lo a pé procuramos locais que o nível d'água fosse até a altura dos nossos joelhos; nas partes mais rasas onde podíamos ver a areia no fundo notamos que a água tinha uma cor de ferrugem. Era 15:55 h quando chegamos no farol construído inicialmente de madeira em 1848; tem 16 metros de altura e foi reconstruído em metal no ano de 1898. Subimos pela escadaria cheia de fezes secas, com mal cheiro e muitas abelhas mortas. Da localidade o Valter, o Sérgio e o Misael decidiram caminhar pela margem da laguna até a fazenda do Batista. Às 16:35 h estávamos no hotel em Tavares. Depois nos encontramos com eles na estância da laguna. O Helmut e a Neci fizeram um carreteiro na janta. Enquanto cozinhavam, comemos muitos camarões assados na chapa e temperado com gotas de limão. Também nos alimentamos com uma saborosa mandioca cozida e misturada com cebolas fritas preparados pela Eusa e o Ivan. Mais cacetinhos, salada, vinho. Um músico da cidade cantou e tocou violão. Tudo isso aconteceu no galpão de chão batido da fazenda. Lá fora o Vandi carneou um cordeiro e nos auxiliou muito naquilo que não esperávamos que acontecesse, apesar das inúmeras mensagens que a Lara enviou pelo celular para Martha comentando a dificuldade que passaram para trafegar pelo trecho lamacento da fazenda até a estrada asfaltada. Começamos o retorno às 01:30 h. Saimos com o micro da estância sem dar muita importância para chuva que caiu durante a noite. Entramos na estrada arenosa. Sem saber nos encaminhávamos para o quarto atolamento da viagem a Tavares. O micro derrapou e enterrou a roda direita da frente;  começou a deslizar para o lado da estrada que tinha um canal cheio d'água; ficamos ali até 02:30 h. Chegou um tratorista para rebocar: primeiro tentou puxar o micro pela trazeira, não deu certo; fez uma manobra pelo campo e estacionou na frente. Todas as tentativas de desatolar enterravam ainda mais a dianteira do micro, deslizando a trazeira para o lado do canal cheio d'água, que para ajudar tinha um fio de cerca; como ninguém sabia se o dito estava ligado em eletrecidade ou não... Foram providenciar outro trator; colocaram um trator na frente do outro; ambos patinaram fazendo força e o micro se movia o suficiente para se atolar mais. Devido ao adiantado da hora e os esforços insuficientes, apesar de toda a dedicação abnegada dos tratoristas, pelas 04:10 h decidimos ir embora. O Ivan e o PF auxiliaram a Martha, a Caroline, a Cristina, a Adéli, o Daniel, evitando que alguém caísse na valeta embarrada. O Valter carregou a Caroline. O motorista disse que durmiria ali para cuidar do veículo. O Valter telefonou para o Batista que prontamente veio nos buscar. Fomos deitar pelas 05:00 h. Eis que logo o motorista surge pelo corredor do hotel dizendo que depois que viemos embora conseguiram desatolar o micro usando uma pá para tirar o barro liberando as rodas dianteiras.

08 de Abril de 2007.

Domingo amanheceu ensolarado com nuvens brancas na imensidão azul. Fizemos as contas no Hotel Parque da Lagoa.

Café de sexta-feira custou R$ 5,00; o pernoite com desjejum saiu por R$ 30,00; o passeio de ônibus custou R$ 250,00; os tratoristas cobraram R$ 120,00; o cache do músico foi R$ 60,00; na janta do Helmut gastamos R$ 90,00; o almoço na estância  foi R$ 15,00; e pela  locação do microônibus  pagamos R$ 1.560,00.

Às 12:35 h demos início a viagem de retorno. Paramos em Mostardas para almoçar no restaurante Edmundo's, na Rua Bento Gonçalves, 906, a uma quadra da praça central da cidade. Visitamos a igreja e o calçadão Chico Pedro. Vimos as casas antigas da época da colonização açoriana. No almoço: massa com molho de camarão, molho de camarão, peixe papa-terra com molho, salada com alface, tomate, couve-flor.

Andando pela BR 101 vimos ao longe no horizonte a chuva chegando. Apreciamos de um lado da estrada muitas lavouras de arroz sendo colhidas com as máquinas colheitadeiras em funcionamento. Observamos um joão-grande parado no banhado; muitas palmeiras num campo plano. Passando entre Capivari e Viamão, na localidade de Águas Claras nos deparamos com um arco-íris, assim: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta.

Cronometragem:
Tavares, 12:35 h + 27km = Mostardas, 13:00 h; + 2km = saída de Mostardas, 14:30 h ; + 125km= Capivari,16:30 h; + 55km = Viamão 18:20 h; + 17km= POA, 18:50 h (Av. Bento Gonçalves com a Av. Salvador França); + 8km = posto esso em Porto Alegre, 19:15 h; + 127km = restaurante casa cheia, em Venâncio Aires, das 20:55 às 21:30 hs; + 168 km= Santa Maria na Rua Geraldo Aronis, 23:55 h.

Quase doze horas viajando rodamos  529km.

O Valter entrou contato com a pousada, combinou os passeios com o Batista, organizou o roteiro e agendou o microônibus.
Os viajantes Silvana, Deca, Cristina, Martha, Lara, Emocir, Sérgio, Neci, Daniel, Eusa, Adéli, Helmut, Valter, Ivan, Josmar, Caroline, PF.

domingo, 26 de julho de 2009

Nas coxilhas do Rio Ibicuí

Sexta-feira, 07 de Setembro de 2007.

Viajamos para Manoel Viana em três veículos; fui acordado pelo ruído do telefonema que recebi da Neci; tinha ido dormir às 02:00 h; e ainda era noite quando o Helmut
passou na rua Conrado Hoffmann às 06:20 h da manhã. Por sugestão do Helmut saimos cedo para conhecer o Museu Fernando Ferrari, em São Pedro do Sul; o agendamento que ele fizera com a Tania Cabral nos permitiu realizar uma visita monitorada; ficamos sabendo um pouco mais da vida pública do político nascido naquela cidade. Fomos até o trevo para encontrar os demais do grupo. Às 10:25 h, depois de rodar pela BR 287 cerca de 107km, cronometrados a partir da Cohab Tancredo Neves, entramos numa estrada de chão batido; paramos em três locais diferentes para pedir informações aos moradores sobre qual direção seguir para a fazenda do Salvador Lamberty; rodamos 11km. Manhã com céu encoberto, sem sol; fomos recebidos por ele, sua filha e o namorado dela; estavam nos aguardando porque o Helmut havia agendado a visita. Faz 23 anos que o Salvador mantem um bosque com árvores de diversas partes do Brasil e do mundo. Deliciamo-nos com laranjas de parnaso, bergamota do japão, uma laranja com suco vermelho; encontramos uma ramada com maracujás verdes, passamos por um pé de azeitona-do-ceilão; vimos um jequitibá, um bacupari, um pé de pitanga branca. conhecemos jambo-rosa-do-ceilão. O Salvador descreveu os cuidados necessários para o desenvolvimento de cada espécie. Ficamos ali entretidos por uma hora. Surgiu sol quando terminamos o passeio por volta das 12:55 h. Voltamos para BR 287, e às 14:00 h estávamos em Manoel Viana. Entramos na cidade. Rumamos por uma estrada de chão batido. Andamos 11km por  vastos campos, topos ondulados, corrégos nas partes baixas, com gado ou lavouras.

À tarde caminhamos em campo aberto até o mato na margem do Rio Ibicuí, na localidade de Pirajú. Visualizamos um banco de areia no meio do rio, semelhante a uma pequena ilha; ali repousam e nidificam aves migratórias como tralha-mar e a batuíra-de-coleira. Quatro pessoas hóspedes da pousada caminharam conosco; num certo momento fomos atormentados por grupos de centenas de pequeninos insetos que voavam sobre nossas cabeças; pareciam mosquinhas. apanhamos ramos de um arbusto para afugentá-los. Chegamos na margem direita do rio, diz- se direita ou esquerda por tomar-se como referência o sentido da nascente em direção a foz;  percorremos uma trilha dentro do mato, subindo e descendo pelas dunas. Não esquecemos a aventura do Helmut nadando rio abaixo até a praia da ilha. O Valter, o Josmar, o Eduardo e o PF, também aliviaram o cansaço com um banho na água fria. À tardinha andamos de barco. Encontramos outras pessoas acampadas no mato à beira d'água perto de um galpão de madeira; eles eram conhecidos do Elesbão que vieram de Tucunduva; mostraram os pintados que tinham pescado. Noutro dia um deles comentou que suas redes armadas no rio perto de Manoel Viana foram furtadas.

Voltamos para jantar. Jogamos futebol no campo gramado da sede da pousada. A fazenda fora reformada há seis anos para receber hóspedes durante o verão em quartos de alvenaria com banheiro; no pátio ampla sombra das copas canafístulas altas, e das palmeiras plantadas em frente aos alojamentos da sede.



O dia seguinte amanheceu com intenso sol alaranjado, ou avermelhado, no horizonte; semelhante ao colorido do por do sol da tarde anterior. Fui passear. Observei dez emas ariscas caminhando quando percorria um trecho de estrada no meio de uma lavoura de linhaça; é a primeira vez que vimos um plantio de linhaça, e disseram que é a primeira vez que esta planta é cultivada ali. Depois de tomar café fomos de carro a Manoel Viana. Passamos na casa do Euclides. Ele nos ciceroneou na visita ao Cerro do Tigre. Atravessamos a ponte Gal. Osório construída em 1950 sob o Rio Ibicuí, na RS 377. Chegamos no Cerro depois de rodar 19km da cidade e 33km da pousada. Disseram ser Curupi a árvore que estava sem folhas, e possuia fissuras longitudinais no tronco semelhante aquelas da corticeira-do-banhado; a mesma árvore que vimos ontem ao longo da BR 287, e ninguém conhecia. Andamos pelo topo do Cerro; cruzamos a ponte de pedra. Sob sol quente uma paisagem com morros, e uma planície coberta por pequenas matas ciliares ao longo dos rios; alguns plantios de aveia; o gado nos campos. Durante a descida observei quatro gaviões, enquanto voavam notei que tinham listra branca na base das penas da cauda, penso ser o gavião-caramujeiro. Visitamos o Arroio São João, no limite de Manoel Viana e Alegrete; ali uma pequena usina hidrelétrica perto do Tigre, a antiga estação férrea de Manoel Viana.

Por volta das 16:30 h descemos até o Rio Ibicuí; passeamos de barco no mesmo local do primeiro dia. Como o barco tem capacidade para 5 ou 6 pessoas, algumas foram caminhar no banco de areia no meio do rio. Observamos alguns tralhas-mar numa futura temporada de nidificação;  ali uma pequenina ave, que corria rapidinho e parava, corria e parava, semelhante a batuíra-de-coleira.

Já era noite quando saimos do rio. Alguns voltaram de jeep, outros de carro. A Eusa, o Ivan e o PF caminharam por um pequeno trecho na estrada de chão do meio da lavoura de linhaça, e correram por vinte minutos até chegar na pousada.

Domingo amanheceu com sol. Depois de tomar café o Valter, Neci, Helmut e a Eusa conheceram o Arroio Cunha, afluente do Rio Ibicuí. O Josmar, a Deca, a Silvana, e o Eduardo viajaram para Nova Esperança do Sul; visitaram o Edson, irmão da Deca que reside em Jaguari. O Ivan ficou descansando. A Caroline, a Cristina, a Ana e o PF andaram pelo pátio da pousada em cavalos magros, velhos e mansos.

sábado, 25 de julho de 2009

Taim em Julho

28 de Julho de 2005.

Partimos à noite com temperatura agradável. No percurso muita neblina. Às 07:16 h entramos na BR 158; chegamos em  Pelotas às  11h10min no trevo da BR 116 com a BR 392. Observamos a rodoviária alaranjada. Uma bela manhã ensolarada. Atravessamos o canal de Santa Barbára. Passamos pelo centro da cidade e fomos conhecer a Charqueada São João; visitamos a sede acompanhados por um guia. Almoçamos. À tarde colocamos coletes salva-vidas alaranjados para passear de barco pelo Arroio Pelotas; notamos construções de antigas charqueadas abandonadas; observamos um cardeal-do-banhado pousado na vegetação arbustiva. Voltamos. Fomos no centro conhecer o Parque Museu da Baronesa; nas suas dependências,  vimos os vestuários, móveis, fotos antigas, cozinha, piano, salão de baile, jardim interno com reservatório d'água. Mais tarde, na Av. Bento Gonçalves passamos em frente ao estádio de futebol do Pelotas. Nos arredores da praça central muitos prédios antigos: o Mercado Público, o prédio da prefeitura, o Teatro Guarani, e o Teatro Sete de Abril. Caminhamos pelo calçadão, e visitamos a igreja São Francisco de Paula. Chegamos à noite no Laranjal com pouquíssimas pessoas nas ruas; caminhamos na praia vazia, e andamos num trapiche de madeira. Depois em Rio Grande procuramos o Hotel Paris, na Floriano Peixoto, 112, na parte antiga da cidade; ele foi construído no início do século passado; tem uma escadaria de acesso ao primeiro andar; dormimos em um quarto confortável, banheiro limpo, com sacadas para rua. Saimos para jantar; nos surpreendemos com a onipotência do antigo prédio da Alfândega no caminho até o restaurante Plaza Grill. Contemplamos um enorme eucalipto, onde uma placa indicava que fora plantado em 1877. Na manhã seguinte às 09:30 h entramos num barco próximo ao prédio da alfândega, trinta minutos depois desembarcamos em São José do Norte. Da barca  avistamos a parte antiga de Rio Grande; potentes navios ancorados. Algumas gaivotas acompanhavam nosso passeio. Em São José agendamos almoço no restaurante Brisamar; entramos na igreja, subimos até o mezzanino. Procurávamos aventura; alguém sugeriu uma visita a praia do mar grosso. Fomos conversar com alguns charreteiros; solicitamos o serviço de duas charretes; numa embarcaram o Ivan, a Eusa, a Silvana e o Daniel; noutra o Josmar, a Deca, a Martha e o PF foram conduzidos pelo Iuri, e puxados pelo cavalo cigano. Partimos às 10:40 h; andamos por uma estrada arenosa; na vinda os cavalos cansaram. Às 11:20 h visualizamos a praia;  ficamos alguns minutos caminhando pelas  areias de uma praia com poucas casas. No retorno nossa charrete ia na frente, e num determinado momento olhamos pra traz e vimos o Ivan correndo ao lado da charrete para não deixar o cavalo ainda mais cansado. Então nos demos conta que todos deveriam fazer o mesmo: caminhar !!! O almoço no Brisamar foi maravilhoso, com uma variedade de pratos com frutos do mar. Mais tarde embarcamos numa scuna que o Helmut havia providenciado. Visitamos o porto novo com aqueles gigantescos navios, e os enormes guindastes. Cruzamos perto da ilha da pólvora. Conhecemos a biblioteca Pública de Rio Grande . Depois rumamos para um por do sol nos molhes da barra - um trilho num caminho calçado ladeado por grandes rochas de tamanhos irregulares. Levamos uma hora e meia para percorrer ida e volta o trajeto de 4,2km. Partimos às 16:30 h em direção ao Taim. Paramos no mercado Alvorada na Vila da Quinta, em Rio Grande, o Ivan comprou carne. Era noite quando chegamos na Estação Ecológica do Taim. Fomos recepcionados. Tinhamos que cozinhar. Antes assistimos ao vídeo sobre fauna e flora do banhado. Muitos auxiliaram a Cristina no preparo da inesquecível massa com molho de camarão. Por volta da 01h fomos dormir. O sábado amanheceu ventoso e com nuvens; sol fraco; caminhamos por uma trilha no mato nativo com frondosas figueiras-de-folhas-miudas. No banhado observamos tachã, garça-branca-pequena, joão-grande, pardais, vira-bosta, bem-te-vi, martim-pescador, maçarico;  gado pastando e uma capivara. Na Vila do Taim caminhamos pelas falésias da Lagoa Mirim. O Helmut, o Josmar e o Ivan assaram peixe no almoço. O PF cozinhou arroz integral e lentilha. À tarde visitamos a trilha do tigre em direção a Lagoa. No caminho muitos coscorobas, alguns cisnes-de-pescoços-pretos, caracará, carrapateiro, chimango, maçaricos, marrecas-irerê, e um tigre-d'água na estrada. Em frente a Lagoa, num local muito calmo nos deparamos com uma tropa de cavalos correndo, e um barco com dois pescadores. Deitamos na grama, e aguardamos o por do sol. No retorno paramos para observar  linhas pequeninas no céu, quase imperceptíveis, formada por milhares de maçaricos-pretos em revoada; foi o ponto alto das nossas lembranças. Voltamos e procuramos um local no asfalto que pudéssemos estacionar e descer para continuar apreciando essas aves. Seguimos viagem. Por volta das 18:45 h nos dirigimos para Piratini. O Valter tinha agendado pernoite no Hotel Garibaldi. No domingo pela manhã fomos ciceroneados por uma guia pelas ruas históricas da cidade. Conhecemos o prédio que foi a sede do antigo governo. Entramos no Museu Farroupilha. Vimos a sede do jornal O Povo. A cidade está situada numa região de amplas coxilhas. À tarde conhecemos o Castelo de Pedras Altas. Rodamos 35km por estrada de chão. Uma neta do Joaquim Francisco de Assis Brasil nos conduziu pelo Castelo; uma volumosa biblioteca; fotos antigas; presentes recebidos por ele em suas viagens pelo mundo. Passeamos pelo pátio; conhecemos o kauri, uma árvore da Nova Zelandia. Era noite quando partimos para Santa Maria. Pelo odômetro do microônibus rodamos 1.270km. Maior parte das estradas asfaltadas em bom estado de conservação. Trechos sem muita qualidade: Santa Maria até São Sepé; 37km com asfalto ruim da RS 702 de Piratini a BR 293; 35Km de estrada de chão batido de Pinheiro Machado ao Castelo de Pedras Altas.

Custos:
Pagamos para a locação do microônibus R$ 1.418,00; o almoço e o passeio na fazenda São João custou R$ 30,00; o ingresso no museu da baronesa foi R$ 1,00; jantamos por R$ 10,00 no restaurante plaza gril; o Hotel Paris cobrou R$ 20,00; a passagem da balsa de Rio Grande a São José do Norte  custou R$ 1,70;  o passeio de charrete  de São José do Norte a praia do mar grosso saiu por R$ 15,00;  almoçamos  no Brisamar por  R$ 15,00; o passeio de  scuna foram R$ 5,00; para o pernoite no  Hotel Garibaldi cobraram R$ 20,00; jantamos em Piratini por R$ 6,00, e almoçamos por R$ 10,00; a visita ao Castelo mais R$ 13,00.

Os viajantes: Daniel, Silvana, Helmut, Neci, Ivan, Eusa, Valter, Cristina, Caroline, Martha, Josmar, Deca, PF.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Campos de São José dos Ausentes

Quinta-feira, 27 de Julho de 2006.

Garoava na manhã de quinta-feira quando partimos para os Campos de Cima da Serra. V
oltamos no domingo, numa noite fria e estrelada de lua crescente.
Embarquei no microônibus quando ele estacionou na Rua Gal. Neto esquina com a Rua Conrado Hoffman. Seguimos pela RST 287. Paramos no restaurante Casa Cheia em Venâncio Aires por trinta minutos. Mais adiante, por indicação do Saulo chegamos na Casa da Cuca, em Portão. Ali comemos maças desidratadas. Na cidade de Taquara vimos uma ciclovia bem sinalizada no centro de uma avenida. Seguimos para São Francisco de Paula por uma estrada sinuosa cheia de curvas serpenteando morros. Alguns trechos pareciam túneis verdes de árvores nativas. Surgiu sol quando estávamos chegando nessa cidade. Nos dirigimos até o Km 64 na RS 235 para visitar a fazenda do Sebastião. Antes de entrar na porteira o motorista do microônibus foi manobrar no acostamento e derrapou, porque disse-lhe que poderia seguir que não haveria problemas. Dica incorreta. Atolou !!! Tivemos que descer para empurrar. Era 16:50 h. Entramos. O microônibus ficou estacionado numa parte elevada do terreno. Caminhando pelo campo úmido visualizamos um bosque de pinus e um vale. Conhecemos o gado franqueiro com suas enormes aspas. Andamos até o topo de uma coxilha onde foi construída uma bela casa de alvenaria; entretanto foi numa agradável cozinha do galpão de madeira que fomos recepcionados. O Sebastião nos aguardava com um fogo de chão. O Helmut fez um carreteiro. Jantamos com alface, queijo e vinho. Sentimos o vento frio entrando pelas grandes aberturas na parede, espaços amplos de um pé direito alto. Por ali nossos deslocamentos eram guiados por uma linha tênue de luz. Muitos pinhões cozidos em fogão à lenha na cozinha . Muitas poesias nas paredes. E com toda aquela penumbra o Daniel encontrou um quadro com poesias do seu tio José Hilário, que a Deca leu-a com velas acesas. Ouvimos o Sebastião falar sobre os primordios da ocupação da Região pelos Portugueses. Descreveu seu gosto pela tradição, pela música e pela poesia. Comentou sobre a sua amizade com o poeta João da Cunha Va
rgas. Disse que ele nasceu em Alegrete, viveu 80 anos, e faleceu nessa cidade em 1980. Falou que gravou suas poesias em fita cassete, e que a partir dela, o Vitor Ramil musicou algumas letras. Para nós declamou "Querência". Ressaltou sobre aqueles que acredita serem os quatro grandes da poesia do Rio Grande do Sul, João da Cunha Vargas, José Hilário Retamoso, Aureliano de Figueiredo Pinto e Jaime Caetano Braun. Falou algo sobre o Antonio Manoel Velho, um dos precursores da Região. Ficamos sabendo que a origem da palavra Ausentes, - que dá nome a cidade-, é devido antigos proprietários de terras, que após sua morte ninguém reclamava posse. Nos preparamos para ir embora. Embarcamos, mas o micro não conseguia partir estrada acima lotado conosco. Descemos. Caminhamos sob uma abóbada estrelada. Subimos no veículo e andamos até a porteira que se encontrava fechada com cadeado e corrente. O Valter ligou para o Sebastião. Prontamente ele veio abrí-la. Embora ser um percurso mais longo, ele sugeriu que fossemos por Bom Jesus e não por Cambará do Sul. Tinha chovido e as condições da estrada estava mais difícil. Era 21:35 h. Fomos em direção a Tainhas. Rumamos para Bom Jesus. Na RS 110 andamos em meia pista em alguns trechos devido aos trabalhos de asfaltamento com muitas máquinas estacionadas. Às 00:30 h chegamos numa avenida de Bom Jesus. Paramos para solicitar informações sobre qual direção seguir. Saimos da cidade, andamos mais um pouco, e novamente mais dúvida noutra bifurcação da estrada de chão. O Valter ligou para o proprietário da pousada. O Dalvone nos orientou. Às 02:35 h estávamos na Fazenda Pousada dos Ausentes. Eles nos aguardavam com um lanche em um ambiente aquecido com uma lareira acesa.

Cronometramos o percurso de Santa Maria a São José dos Ausentes:

09h40min, Santa Maria. 10h24min, HUSM. 11h50min, pedágio em Candelária. 12h06min, Trevo de Vera Cruz. 12h30min, pedágio em Venâncio. 12h50min, restaurante Casa Cheia. 13h55min, BR 386, trevo para Montenegro. 14h30min, pedágio em Portão. 14h35min, Casa da Cuca em Portão. 15h20min, pedágio em Novo Hamburgo. 15h40min, Parobé, fabrica da Azaléa. 15h50min, na ciclovia de Taquara. 16h35min, RS 020 com RS 235, para Canela. 16h50min, Km 64 na RS 235 na entrada da fazenda do Sebastião. 21h35min, saimos do galpão. 22h00min, asfalto na RS 020. 22h50min,Tainhas. 23h12min, RS 110 para Bom Jesus. Depois de 19km de asfalto ruim. 00h35min, Bom Jesus. 02h35min, Fazenda Pousada dos Ausentes, depois 41km de estrada ruim de chão batido. De acordo com o odômetro do microônibus rodamos 545km.

Sexta-feira, 28 de Julho de 2006.

A maioria conheceu o local pela primeira vez. Pela manhã visitamos a cidade antes de ir ao Pico do Montenegro com seus 1.403 metros, distante 40Km ao norte da cidade. Abastecemos o microônibus no Posto Petrocesa ao custo de R$ 2,09 o litro de óleo. O veículo teve problemas com o filtro de ar. Falamos com um morador chamado Sérgio Santos, ele indicou a estrada que deveriamos ir. Comentou sobre a gravação de uma novela no Cachoeirão dos Rodrigues. Seguimos. No caminho paramos na localidade chamada Silveira. Observamos a carneação de um charolês, e registramos as enormes aspas de um gusera no galpão na casa do Dirlei. Cruzamos uma ponte de um riacho com águas corredeiras. A vastidão da paisagem com amplos campos entremeados de rios, muitas coxilhas, e verdejantes matas de araucárias começou a nos surpreender. Pouco antes de encontrar o Pico, desembarcamos, e caminhamos pelo campo. O Ivan, o Helmut, o Sérgio, o Valter,  o Josmar e a Deca  andaram morro acima até o topo, contornando ora por um capoeirão, ora por trilha no meio de arvoretas e arbustos tortuosos em terra úmida. Mais atrás foram o Saulo, a Martha e o PF. Era 13h55min. Lá de cima vimos neblina sobre o canion e campos limpos. No retorno paramos na pousada Fazenda Montenegro na beira da estrada. Vimos tocos de araucária sendo usados como bancos no gramado, palas de lã secando na cerca e um cavalo tordilho deitado. Como ainda tinha o sol da tarde voltamos para conhecer o Cachoeirão dos Rodrigues. Durante o percurso paramos na estrada perto de um riacho onde alguns homens estavam trabalhando no conserto de uma ponte. Pregavam uns pranchões de madeira. Conversamos. Permitiram que déssemos algumas marretadas. De ambos os lados carros, e um caminhão carregado com toras de pinus aguardavam para passar. Visitamos a sede da Fazenda Potreirinho. À tardinha chegamos no Cachoeirão dos Rodrigues. Ali tem um rio com uma queda d'água panorâmica, embora maior ela nos lembra um pouco aquela do Rio Guassupi, em São Martinho da Serra. Caminhamos pelo campo
em direção ao mato nativo para ver a cascata. Muito simpáticas as pessoas que nos receberam na pousada. Seu Antonio Sérgio e sua esposa Rosane Salib Nakes (ví os nomes no jornal, ?). Quando partimos, notamos o céu nublar. Logo veio uma garoa. Novamente em Silveira, o Helmut buscou a carne que havia encomendado. Conheci o Leandro, fotógrafo dos cartões postais de São José dos Ausentes. Por volta das 18:50 h estávamos na cidade, sem chuva, e com um belo por do sol. Na noite a temperatura chegou a 3 graus. Jantamos comida caseira; mandioca, arroz, feijão vermelho, carne de panela, salada de alface, tomate, beterraba cozida, pepino, couve crua. Tomamos vinho tinto que o Ivan, o Valter,  o Josmar e o Daniel levaram. Helmut e o Sérgio vinho branco. Na sobremesa um doce típico da região feito de uma fruta chamada gila. No café da manhã encontramos mel e doces, queijo e salame, pães e bolos, mamão cortado com casca e sementes, laranjas, maças não tão boas, bananas, leite, café e água quente. Bolo de milho muito gostoso preparado pela Alva, irmã do Dalvone.

Sábado, 29 de Julho de 2006.

Nos impressionamos quando chegamos na Serra da Rocinha. Fizemos malabarismos no momento do desembarque, para nos equilibrar do vento forte. O micro estacionou por volta das 10:10 h no mirante da Serra. Parecia que iria tombar. Todos sentimos muito frio. Sensação térmica baixíssima. Congelava-se as mãos. O chapéu do Ivan voou, e perdeu-se morro abaixo. Tomamos a graspa que ele levou; quem bebeu pouco quase não sentiu efeito algum. Avistamos vários morros. Notamos a cidade de Timbé do Sul. Vislumbramos a estrada serpenteando os morros. Mais tarde caminhamos estrada abaixo até o local onde tem uma Válvula do Gasoduto Bolívia-Brasil. Lembramos o tronco que o Ivan carregou nos ombros morro acima. O Sérgio e a Marta pegaram carona com o Giovane, um hóspede da pousada. Voltamos na Serra da Rocinha onde o micro ficou estacionado até às 13:20 h. Caminhamos no Vale das Trutas. Pedimos informação para encontrar a cascata do Juvenal que desagua ali no riacho do Vale. O Helmut e o Ivan decidiram andar até as cabanas que se avistam elegantemente do topo da estrada. Encontramos uma siriema caminhando na estrada. Muitos turistas no Vale das Trutas. Alguns almoçaram no restaurante, sopa, truta assada e grelhada. O Helmut comprou trutas, e trouxe-as num isopor. Caminhamos pelos tanques e conhecemos as cabanas. Era 16:00 h quando saimos. Levamos vinte minutos para chegar em São José dos Ausentes. As mulheres visitaram a Loja Araucária. Tinha sol quando chegamos na pousada. Ainda dia caminhamos pelo campo. Vimos um cemitério com os antepassados do Dalvone, e precursores da região. Jantamos cedo. Tomamos muito vinho. Dançamos no salão da pousada. Fui deitar às 02:30 h. Pela manhã ví duas gralhas-azuis voando no pátio. Observamos o gelo formado na superfície da lagoa em frente a pousada, e no barro das estradas. Os copos-de-leite ao lado da cerca de pedra murcharam com a geada.

Domingo, 30 de Julho de 2006.

Nos despedimos numa manhã fria e ensolarada. Paramos em frente ao termômetro gigante na praça central de Ausentes. Almoçamos no Restaurante Costaneira em Cambará do Sul. Partimos para São Francisco de Paula por um trecho bem conservado e sem acostamento. Ao longo da estrada várias plantações de pinus com árvores de diversas alturas. Gado. Os campos estavam com cor de palha seca. Notamos algumas áreas queimadas. Uma lavoura de milho. Pequenos lagos. Muitos riachos. Rumamos para Taquara e chegamos em Três Coroas. Depois de vinte quilômetros rodando numa estrada de chão batido visitamos o templo budista. Permanecemos ali por uma hora. Passamos por Taquara. Começamos a ouvir o primeiro tempo do Grenal, que depois de muito tumulto no Beira-Rio , terminou empatado sem gols. No intervalo do jogo ouvimos Mercedes Sosa e Zeca Balero dos CDs do Daniel, e o Ultrage, do Saulo. Os Almondegas e Nana Caymi, da Deca. Paramos às 20:40 h no restaurante Casa Cheia. A Martha desembarcou em Santa Cruz.

Eis a cronometragem do percurso de São José dos Ausentes a Santa Maria:

10:55 h, pousada. 11:15 h, São José dos Ausentes. 11:50 h, posto de fiscalização. 13:50 h, Cambará S.A. 13:40 h, Cambará do Sul. 14:00h, Restaurante Costaneira. 16:05 H, São Francisco de Paula. 16:30 h, Centro Budista. 18:00 h, Taquara. 18:33 h, RS 239. Pedágio em Campo Bom. 19:10 h, Casa das Cucas em Portão. 19:50 h, BR 386 em Tabaí. 20:40 h, restaurante casa Cheia em Venâncio. 21:15 h, RS 287, pedágio. 21:25 h, Santa Cruz, 5 graus. 21:45 h, RS 287. 21:50 h, trevo de Vera Cruz. 23:30 h, Casa do Helmut. 23:44 h, digital da Fernando Ferrari. Rodamos 490km até Santa Maria. Totalizando ida e volta cerca de 1.189km. Pagamos para empresa Lubro R$ 1.750,00 (hum mil e setecentos e cinquenta reais ) pela ida e retorno de Ausentes, com direito a rodar mais 200km na região.
Os viajantes: Ivan, Eusa, Daniel, Adéli, Cristina, Caroline, Valter, Martha, Ana, Helmut, Neci, Sérgio, Marta, Lara, Josmar, Deca, PF.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Primavera em Vale Veneto


Vale Vêneto, Setembro de 2008.
Sentimos um pouquinho de frio durante à noite estrelada de sábado, e calor no ensolarado domingo sob um céu azulado com nítidas nuvens brancas. A partir de segunda-feira iniciamos os diálogos com amigos sobre o passeio no fim de semana em Vale Vêneto.

Na tarde de sábado caminhei da Conrado Hoffmann em direção a Bozano, encontrei-me com a Deca e o Josmar na livraria Anaterra. Quando passamos em frente ao Monet anotei que o digital da pracinha indicava 23 graus às 18h12. Rumamos pela estrada movimentada até a rótula da Av. Roraima, depois Rua
Miguel Couto e Av. João Machado Soares. No caminho para Arroio Grande notamos que destruíram a casa colonial abandonada de alvenaria que existia ao lado esquerdo da estrada, logo na primeira curva depois da segunda ponte depois dos trilhos. Observamos as várzeas sendo aradas para o plantio de arroz. Os ponteiros do enorme relógio da torre da Igreja da localidade indicavam horário errado, porém quando ali passamos novamente no domingo percebi que coincidia 15h25. Com menos tráfego de veículos subimos em direção a Silveira Martins, notamos algum movimento no restaurante Val de Buia e no café colonial recentemente inaugurado perto da entrada da cidade. Depois do Monumento ao Imigrante, após a curva forte à direita , ainda falta algum trecho até a primeira curva à esquerda para se notar o colorido dos beijinhos delineando o acostamento com árvores nativas em ambos os lados da estrada em todo o percurso até o final do asfalto. De Silveira Martins rodamos 6.5km numa estrada de chão batido. À noitinha visualizamos Vale Vêneto. Durante a semana foram alguns telefonemas para combinar com a Maira o cardápio da janta. Ela foi servida às 21h00. Antes caminhamos até o morro da via crucis. Lá de cima notamos a localidade iluminada e ao longe, na planície, as luzes da cidade de Restinga Sêca. Na janta três opções de massas talharim, al pesto, carbonara, alho e óleo, galeto frito, salada de beterraba,
c
enoura, couve-flor, salada verde de radici com chicória, queijo ralado e azeite de oliva. Na sobremesa sagú e doce de abóbora com carambola. O Valter, o Daniel e o Josmar levaram algumas garrafas de vinhos tintos, a Cristina vinho branco. A Caroline tomou coca-cola. Mais tarde tomou-se cerveja. Ouvimos Janis Joplin, Secos e Molhados, que a Deca levou. O Valter contribuiu com Flávio Guimarães e Chico Buarque.

Lembramos da copa florida do ipê-roxo na praça que agora tem muitos ipês-amarelos com poucas folhas. Enormes canafístulas com copas que faziam sombras nos bancos de madeira perto da torre metálica vermelha. Aquela cujas escadas o Delmar, o Daniel, o Leonardo e o Valter se aventuram até o topo.

Por volta das sete horas da manhã me acordei, depois da Eusa e antes da Caroline. Juntos caminhamos pelos arredores da praça, igreja e seminário. Sob uma neblina ouvimos alguns cardeais vocalizarem e observamos muitas andorinhas,  que ora voavam, ora pousavam nos fios de energia elétrica.

Já sentíamos um pouco o sol quente pelas 10h20 quando fomos caminhar em direção a São Valentim. Inicialmente morro acima pela estrada de chão batido, a mesma que passa em frente a pousada. Quando encontramos a primeira casa de pedra ao lado de uma outra de alvenaria de construção mais recente, percebemos que enquanto um cachorro manso de pêlo preto descansava a sombra de um cinamomo no gramado das casas, outro baio latia e vinha em nossa direção sem maiores problemas. Adiante passamos por uns enormes plátanos, perto de encontrar outra casa de pedra reformada que outrora conhecemos abandonada com uma placa em cima da porta principal escrito “Famiglia Varaschini”.
Epóca das notáveis flores alaranjadas das corticeiras e da abundância do algodoal das paineiras. Não falamos com seu Aníbal, entretanto, fomos recepcionados pelo seu filho Adazir em meio aos trabalhos de macerar a cana-de-açucar com a força de um moinho de água. Ele ofereceu garapa e indicou o caminho que deveríamos seguir para encontrar uma cascata. Notamos o
s jataís movimentarem-se na entrada de sua colmeia na base do tronco de uma cabreúva na beira da estrada, também percebemos muitas abelhas em uma colmeia de madeira pintada de azul. Mas, não sabemos qual vespa ferroou o dedo da Lúcia quando estávamos sentados nas muitas pedras redondas no campo em baixo de uma laranjeira carregada de frutas amarelas. Fizemos algumas tentativas dentro do mato seguindo o percurso a montante mas não encontramos a queda d’água. Na volta me distanciei da maioria do grupo , enquanto parava para fotografar o tronco da guabiroba-do-mato, penso que seja a primeira vez que a vejo florida. Impressionante o tamanho da timbaúva, bem maior que a cabreúva.

Sentados nos bancos de madeira da praça de Vale Vêneto percebemos um movimento silencioso de um grupo pessoas em torno da igreja. Era a despedida da dona Ângela Dotto Pivetta. O Paulo comentou que vivera 98 anos.


Os viajantes: Eusa. Josmar. Deca. Alice. Rodrigo. Cristina. Valter. Caroline. Leonardo. Lúcia. Daniel. Adéli. Delmar. PF.