terça-feira, 9 de abril de 2013

Rápido do Passo da Ovelha


Centro de São Martinho da Serra.
Da ponte do Rio Ibicuí seguimos pela estrada do perau velho, observamos vários trechos arborizados, cruzamos por fortes e sinuosas curvas, numa delas ergueram o monumento que lembra os maragatos degolados na Revolução Federalista, verificamos que o caminho está calçado com rochas basálticas deste local até a entrada da cidade. Percorremos toda a extensão da Av. 24 de Janeiro, a principal via urbana com casas centenárias que atravessa São Martinho da Serra; depois seguimos pela estrada de chão batido em direção ao Rio Negrinho. Como surgiram dúvidas na bifurcação em Trindade, na trifurcação da entrada da propriedade onde se localiza o Passo da Ovelha, e na sede da fazenda, voltamos até a estrada principal.

Rápido no Passo da Ovelha.
Procuramos alguém para confirmar onde nos encontrávamos, voltamos até a trifurcação, tomamos a estrada mais à esquerda e logo passamos por um pequeno riacho, entramos na primeira bifurcação à direita; iríamos conhecer o Rincão do Guassupi; logo avistamos dois cavaleiros vindos em direção contrária. Paramos para conversar com o Nelson e seu filho, o primeiro montava um cavalo lobuno preto crioulo chamado perpétuo, o outro andava numa quarto de milha zaina negra; eles residem há vários anos na localidade, relataram que é a primeira vez que cultivam soja numa área de 20ha; indicaram-nos o caminho para o Rio Negrinho; antes, permitiram que abríssemos as porteiras de sua propriedade para visitar as margens do Rio Guassupi; passamos por uma trilha em campo aberto, atravessamos outra no meio da lavoura de soja frutificada com folhas amarelas.  Explicou como chegar na fazenda do Ademar, e falou que conhece o José Luis, que trabalha na propriedade onde se localiza  o Passo da Ovelha; ressaltou que deveríamos nos orientar pela cerca principal até encontrar uma porteira.

Constatamos que a coloração parda, verde ou frequentemente verde-amarelada das lavouras de soja dominam amplas  coxilhas,  e muitas vezes comprimem  a exígua mata ciliar na beira dos afluentes do Rio Guassupi. Como encontramos várias pitangueiras tombadas com suas raízes arrancadas num campo nativo, percebemos que quem prioriza o cultivo daquela leguminosa em vastas áreas considera a existência de qualquer outra espécie arbórea nativa um obstáculo a ser eliminado. 


Lavoura às margens do Rio Guassupi.
Ficamos surpresos com o som do movimento d’água no Passo da Ovelha. Andamos pela pequena margem esquerda rochosa íngreme coberta com  pouca mata nativa, admiramos as vivazes pétalas vermelhas de um angiquinho,  avistamos um  gerivá frutificado, observamos um bando de tiribas-de-testa-vermelha na copa de um pinheiro-bravo alimentando-se silenciosamente de seus frutos.

Durante os deslocamentos admiramos pequenos açudes próximos as propriedades rurais, lavouras de milho com espigas dobradas para baixo, reparamos alguns silos metálicos para armazenar grãos, observamos um imponente gavião-caboclo voando, uma siriema imóvel no topo de uma coxilha, e três-pica-paus-brancos voando em campo aberto.

Estrada de acesso a mata do Rio Negrinho.
Na manhã de domingo partimos do centro de Santa Maria na Rua Comissário Justo esquina com a Silva Jardim em direção a Estrada do Perau;  estávamos em Itaara na BR158 depois de 7.700m;  rodamos 15.300m até os trilhos da Estação Férrea do Pinhal; passamos pelo vilarejo com uma comunidade terapêutica aos 21.190m percorridos; atravessamos a  ponte sobre o Rio Ibicuí, 26.085m;  chegamos em São Martinho da Serra depois de 30.817m; nos dirigimos até uma  bifurcação à esquerda para Trindade, aos 34.972m; outra bifurcação à direita, 36.701m; conhecemos a localidade de Trindade, 43.550m; na trifurcação dobramos a primeira à direita, 45.878m; a sede da fazenda está a 48.884m; para contemplar o Passo da Ovelha, Rio Negrinho percorremos 49.079m, que pode ser localizado  nas coordenadas geográficas: 29 24’ 42,58”S – 53 52’48,57”O.