segunda-feira, 16 de maio de 2011

Os tucanos na quinta

Andamos pelo campo num gramado úmido procurando caminhoaté o sarandizal. Quando nos aproximamos de um salso notamos o anel ocular amarelo, observamos que não era apenas um, mas cinco os pica-paus-brancos ali empoleirados.

Chegando em Silveira Martins seguimos par a Linha Quarta Norte. Rodamos uns dez quilômetros em estrada de chão batido até a Quinta Dom Inácio.

Apreciamos as frutas ainda verdes das bergamoteiras no pátio da Quinta. Ficamos por vários minutos observando a visitação que o sanhaçu-frade, o pica-pau-barrado, a saíra-de-papo-preto, o sabía-coleira, algumas tiribas-de-testa-vermelha, e dois tucanos-de-bico-verde fizeram a um caquizeiro coberto de frutas maduras.

Caminhamos por trilhas na mata nativa em direção ao vale para conhecer duas quedas d’águas. A cascata tapete verde e a cascata dom inácio. Para chegar na primeira descemos até o riacho ziguezagueando por um caminho curto e bem definido. Depois para encontrar a segunda, a dificuldade de acesso aumentou.

No passeio organizado pelo Clube de Observadores de Aves fomos recepcionados pelo Ivori, a Beti e seus filhos . Eles nos serviram um almoço com risoto, frango assado, salada de alface com cebola e pão.

Sábado nublado, de vez em quando uma garoa. Noutros momentos, chuva. No retorno sem sol, à tardinha, não foi necessário uma parada para perceber os tons róseos das caliandras, e o passeio dos jacús na margem da estrada, perto do monumento ao imigrante.

Pica-pau-branco (Melanerpes candidus) melanerpes do grego melas, melanos = preto + herpes = ave trepadeira (herpo = trepar); candidus – do latim candidus = branco puro, brilhante. Fonte Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O residente sanhaçu-fogo


A falta de luz solar pouco estimulou o movimento das aves, tanto quanto dificultava sua observação. Durante quase toda a manhã a paisagem recebeu o contraste harmônico da neblina.
Das árvores plantadas ao derredor notava-se que os legumes dos angicos e as sâmaras das tipuanas estavam verdes, e que os frutos pretos nas copas desnudas de algumas timbaúvas encontravam-se maduros.
No ponto de observação escolhido pelo COA, armou-se a rede de neblina na orla da mata nativa, localizada entre o prédio da Biblioteca e o Restaurante Universitário, no campus da Universidade Federal de Santa Maria.
Nos trabalhos foram anilhados um joão-de-barro, um sabiá-poca e um trepador-quiete. Além disso, cardeais, vira-bostas, bem-te-vis, suiriris e um bando de oito anus-brancos foram observados longe de capturas. Ademais, surpreendeu-nos as espetaculares fugas da rede de três anus-pretos.
Neste sábado muitos viram o sanhaçu-fogo pela primeira vez. Também me recordo da observação realizada durante a manhã do dia 27 de Novembro de 1998, quando um casal permaneceu por alguns minutos pousado em galhos daqueles eucaliptos que existiam entre os prédios do CAL e do CCR.
Sanhaçu-fogo (Piranga flava). Piranga = de nome indígena tupi tijepiranga para algumas aves pequenas. Flava – do latim flavus = amarelo-dourado, fonte: Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem. De acordo com o wikiaves seu nome significa “vermelho fogo e amarelo dourado”. Piranga em Tupi é vermelho/ Pyros em grego é fogo.

domingo, 1 de maio de 2011

No Rincão do Vacacaí


O sábado amanheceu nublado. Permaneceu assim toda manhã durante o passeio que fizemos ao campestre do Menino Deus. Estive no Rincão há cerca de quinze anos; portanto, tinha pouca lembrança dos lugares que passei.
A Av. Euclides da Cunha estava movimentada. Quando entramos na Rua Antonio Dias, andamos por alguns minutos ao lado de uma multidão que participava da procissão de Santo Expedito.
Quando chegamos na esquina da Rua Guaraci Schmidt, entramos à esquerda. A última vez que visitei a localidade ainda não existia nenhum trecho asfaltado. Agora todo o percurso da Rua Cecília Silveira está rodeado de sítios, continua pedregoso e estreito. Rodamos até o final para encontrar o Rancho Amaral.
Aguardávamos o surgimento do sol, e mesmo com sua ausência ficamos mais tempo para entender o por quê da presença intensa de algumas aves na copa de uma frondosa canela, sem flores e sem frutos, do que os minutos necessários para o Everton e a Michele identificá-las.
Caminhamos morro acima por uma trilha rochosa na mata até um topo em campo aberto. Descemos em direção ao vale. Ficamos em frente ao véu d’água da cascata da gruta, chegamos ali margeando o riacho, que é uma das nascentes do Rio Vacacaí.
A listra amarela na asa é de fácil percepção, mas foi preciso ver o tecelão voando para notar essa mesma cor em seu uropígio. Apenas alguns segundos de vocalização vinda da encosta íngreme coberta de árvores nativas para registrar a ocorrência do gavião-relógio. Preocupando-se mais com sua alimentação do que com a presença humana, os surucuás foram os mais fotografados. Contamos duas saíras-viúvas passeando rapidamente nos ramos com frutos maduros da carobinha, e um beija-flor-de-topete pousado por instantes. São tão ariscas a juriti-pupu e a gemedeira quanto é demorada sua identificação.
Um grupo formado por onze pessoas viajou em cinco veículos no passeio organizado pelo Clube de Observadores de Aves. Voltamos antes do meio-dia, e da chuva da tarde. Viajei de carona com o Eder, morador de Camobi.