quinta-feira, 23 de julho de 2009

Primavera em Vale Veneto


Vale Vêneto, Setembro de 2008.
Sentimos um pouquinho de frio durante à noite estrelada de sábado, e calor no ensolarado domingo sob um céu azulado com nítidas nuvens brancas. A partir de segunda-feira iniciamos os diálogos com amigos sobre o passeio no fim de semana em Vale Vêneto.

Na tarde de sábado caminhei da Conrado Hoffmann em direção a Bozano, encontrei-me com a Deca e o Josmar na livraria Anaterra. Quando passamos em frente ao Monet anotei que o digital da pracinha indicava 23 graus às 18h12. Rumamos pela estrada movimentada até a rótula da Av. Roraima, depois Rua
Miguel Couto e Av. João Machado Soares. No caminho para Arroio Grande notamos que destruíram a casa colonial abandonada de alvenaria que existia ao lado esquerdo da estrada, logo na primeira curva depois da segunda ponte depois dos trilhos. Observamos as várzeas sendo aradas para o plantio de arroz. Os ponteiros do enorme relógio da torre da Igreja da localidade indicavam horário errado, porém quando ali passamos novamente no domingo percebi que coincidia 15h25. Com menos tráfego de veículos subimos em direção a Silveira Martins, notamos algum movimento no restaurante Val de Buia e no café colonial recentemente inaugurado perto da entrada da cidade. Depois do Monumento ao Imigrante, após a curva forte à direita , ainda falta algum trecho até a primeira curva à esquerda para se notar o colorido dos beijinhos delineando o acostamento com árvores nativas em ambos os lados da estrada em todo o percurso até o final do asfalto. De Silveira Martins rodamos 6.5km numa estrada de chão batido. À noitinha visualizamos Vale Vêneto. Durante a semana foram alguns telefonemas para combinar com a Maira o cardápio da janta. Ela foi servida às 21h00. Antes caminhamos até o morro da via crucis. Lá de cima notamos a localidade iluminada e ao longe, na planície, as luzes da cidade de Restinga Sêca. Na janta três opções de massas talharim, al pesto, carbonara, alho e óleo, galeto frito, salada de beterraba,
c
enoura, couve-flor, salada verde de radici com chicória, queijo ralado e azeite de oliva. Na sobremesa sagú e doce de abóbora com carambola. O Valter, o Daniel e o Josmar levaram algumas garrafas de vinhos tintos, a Cristina vinho branco. A Caroline tomou coca-cola. Mais tarde tomou-se cerveja. Ouvimos Janis Joplin, Secos e Molhados, que a Deca levou. O Valter contribuiu com Flávio Guimarães e Chico Buarque.

Lembramos da copa florida do ipê-roxo na praça que agora tem muitos ipês-amarelos com poucas folhas. Enormes canafístulas com copas que faziam sombras nos bancos de madeira perto da torre metálica vermelha. Aquela cujas escadas o Delmar, o Daniel, o Leonardo e o Valter se aventuram até o topo.

Por volta das sete horas da manhã me acordei, depois da Eusa e antes da Caroline. Juntos caminhamos pelos arredores da praça, igreja e seminário. Sob uma neblina ouvimos alguns cardeais vocalizarem e observamos muitas andorinhas,  que ora voavam, ora pousavam nos fios de energia elétrica.

Já sentíamos um pouco o sol quente pelas 10h20 quando fomos caminhar em direção a São Valentim. Inicialmente morro acima pela estrada de chão batido, a mesma que passa em frente a pousada. Quando encontramos a primeira casa de pedra ao lado de uma outra de alvenaria de construção mais recente, percebemos que enquanto um cachorro manso de pêlo preto descansava a sombra de um cinamomo no gramado das casas, outro baio latia e vinha em nossa direção sem maiores problemas. Adiante passamos por uns enormes plátanos, perto de encontrar outra casa de pedra reformada que outrora conhecemos abandonada com uma placa em cima da porta principal escrito “Famiglia Varaschini”.
Epóca das notáveis flores alaranjadas das corticeiras e da abundância do algodoal das paineiras. Não falamos com seu Aníbal, entretanto, fomos recepcionados pelo seu filho Adazir em meio aos trabalhos de macerar a cana-de-açucar com a força de um moinho de água. Ele ofereceu garapa e indicou o caminho que deveríamos seguir para encontrar uma cascata. Notamos o
s jataís movimentarem-se na entrada de sua colmeia na base do tronco de uma cabreúva na beira da estrada, também percebemos muitas abelhas em uma colmeia de madeira pintada de azul. Mas, não sabemos qual vespa ferroou o dedo da Lúcia quando estávamos sentados nas muitas pedras redondas no campo em baixo de uma laranjeira carregada de frutas amarelas. Fizemos algumas tentativas dentro do mato seguindo o percurso a montante mas não encontramos a queda d’água. Na volta me distanciei da maioria do grupo , enquanto parava para fotografar o tronco da guabiroba-do-mato, penso que seja a primeira vez que a vejo florida. Impressionante o tamanho da timbaúva, bem maior que a cabreúva.

Sentados nos bancos de madeira da praça de Vale Vêneto percebemos um movimento silencioso de um grupo pessoas em torno da igreja. Era a despedida da dona Ângela Dotto Pivetta. O Paulo comentou que vivera 98 anos.


Os viajantes: Eusa. Josmar. Deca. Alice. Rodrigo. Cristina. Valter. Caroline. Leonardo. Lúcia. Daniel. Adéli. Delmar. PF.

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